Marconi é condenado em ação de danos morais

“Não há que se falar em ato ilícito praticado pelo requerido [Krebs] ou mesmo em ofensa à moral do requerente [Perillo], uma vez que o suplicado apenas emitiu um comentário acerca de fatos já noticiados, não criou fatos e nem emitiu qualquer palavra que ofendesse, de alguma forma, a honra e a moral do suplicante”

Uma ação judicial iniciada em 2014 pelo então governador Marconi Perillo (PSDB) contra o promotor do Ministério Público estadual (MP-GO), Fernando Krebs. Questionado no Twitter se ligaria para Demóstenes Torres e Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Cachoeira, na data em que se celebra o Dia do Amigo (20/7) naquele ano, o tucano pediu na Justiça uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. Porém, além de não receber nada, Perillo foi condenado, no último dia 3/10, a pagar custas processuais e honorários advocatícios de Alex Neder, defensor do promotor, calculados em R$ 10 mil.

De acordo com os autos, a relação de amizade entre Marconi e os relacionados foi amplamente divulgada pela mídia durante a condução da Operação Monte Carlo, pela Polícia Federal. Por isso, segundo o magistrado, Silvano Divino de Alvarenga, que assinou a sentença, “não há que se falar em ato ilícito praticado pelo requerido [Krebs] ou mesmo em ofensa à moral do requerente [Perillo], uma vez que o suplicado apenas emitiu um comentário acerca de fatos já noticiados, não criou fatos e nem emitiu qualquer palavra que ofendesse, de alguma forma, a honra e a moral do suplicante”.

O juiz lembrou ainda que a “acidez crítica” não pode ser tratada como ofensa, sobretudo, quando os alvos delas “ostentam notória vida pública, como é o caso do requerente, o qual, na época, ocupava o cargo de governador do Estado”. Excluída a ilicitude do comentário, Silvano ressaltou que a liberdade de expressão é um dos fundamentos essenciais de uma sociedade democrática. “Seu exercício deve ocorrer de forma responsável, não se admitindo a violação de direitos fundamentais”. Porém, sublinha que “não é toda e qualquer ofensa, verbal ou escrita, que é capaz de depreciar a moralidade e desvalorizar o indivíduo”.

Krebs admitiu ter tentado, segundo ele, por mais de uma vez, reverter a situação de forma amigável e que chegou a falar com o ex-governador pessoalmente.“Na época, Marconi sinalizou que encerraria o processo, mas não cumpriu sua palavra. Achei essa uma situação desnecessária e o resultado foi péssimo para ele e ótimo para mim, principalmente para o meu advogado”.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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