Pesquisadores descobriram que as vacinas contra o HIV estimulam a produção da proteína viral em locais diferentes. Uma abordagem tradicional faz as células produzirem proteínas de ‘envelope’ solúveis, prontas para se ligar ao vírus, enquanto a outra, com mRNA, instrui as células a sintetizarem as proteínas fixadas à membrana celular, imitando a estrutura do HIV.
Os testes em humanos envolveram 108 participantes saudáveis, divididos em grupos que receberam diferentes tipos de vacinas da Moderna. Cada voluntário recebeu três doses da vacina, de alta ou baixa concentração, com intervalos de semanas entre elas, de forma randomizada. A taxa de produção de anticorpos neutralizantes foi de cerca de 80% entre aqueles que tomaram as vacinas de mRNA e apenas 4% naqueles que tomaram a vacina com proteína ‘envelope’ livre.
Os participantes mostraram boa tolerância às vacinas, com poucos apresentando reações. Apenas 6,5% dos estudados tiveram efeitos colaterais, sendo as erupções cutâneas um dos sintomas mais comuns. Alguns participantes tiveram sintomas por períodos prolongados, desde semanas até anos após a vacinação. A segurança e eficácia das vacinas foram observadas independentemente da dose administrada.
Além disso, os pesquisadores testaram a mistura de vacinas como estratégia para proteger contra variantes do HIV. Resultados promissores foram encontrados em ensaios clínicos nos EUA, Ruanda e África do Sul, sugerindo uma possível proteção mais ampla contra o vírus. As descobertas indicam avanços significativos no desenvolvimento de vacinas eficazes contra o HIV, trazendo esperança para o combate a essa doença grave.