Laudo aponta que cavalo não tinha preparo físico para cavalgada e foi ‘levado à exaustão’ antes de ser mutilado
O caso aconteceu em Bananal, no interior de SP. O cavalo percorreu cerca de 14 km em uma área de muitas subidas antes de passar mal. Ele foi mutilado enquanto estava vivo e morreu após ser decepado, segundo a polícia.
O laudo da Polícia Civil, que apontou que o cavalo estava vivo quando teve as patas mutiladas em Bananal, no interior de São Paulo, na última semana, citou também que o animal foi levado até a exaustão durante a cavalgada que percorreu.
O DE teve acesso ao laudo do Instituto de Criminalística, que apontou que o cavalo chamado ‘Gaúcho’ era um macho jovem, com idade estimada entre 8 e 10 anos.
“O animal provavelmente foi levado até a exaustão, síndrome que é caracterizada pela desidratação, perda de eletrólitos e hipertermia, que pode levar a grave déficit de oxigenação nos tecidos e ocasionar paradas cardiorrespiratórias”, explicou o documento.
O laudo afirma também que “o animal examinado estava em situação de sofrimento e, consequentemente, maus-tratos” pelo tutor ter causado dor e dano ao animal e por submeter o animal a atividades excessivas, que ameacem a condição física, como a cavalgada extensa.
Com o inquérito da polícia concluído, o Ministério Público de SP ofereceu uma denúncia na Justiça contra o tutor do cavalo por maus-tratos. O órgão classificou o ocorrido como “cruel e covarde”.
Na semana passada, o tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, confessou a mutilação do animal, mas alegou que o cavalo já estava morto quando as patas foram decepadas. Ele disse estar arrependido e narrou que estava ‘embriagado e transtornado’ quando cometeu a mutilação.
Até a última atualização desta reportagem, a Justiça ainda não havia avaliado a denúncia do MP-SP e o tutor do cavalo seguia em liberdade. A defesa de Andrey não se manifestou.