A Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo, é um dos principais centros financeiros do país e foi palco de uma megaoperação contra a facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC). Neste local, foram identificados 42 dos 350 alvos da operação que aconteceu em oito estados brasileiros. A Polícia Federal e o Ministério Público descobriram que o PCC estava infiltrado em instituições financeiras e adquirindo postos de combustíveis para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em um dos prédios da Faria Lima, onde foram apreendidos documentos e computadores em empresas, corretoras e fundos de investimentos, as conhecidas fintechs. Segundo as autoridades, o PCC controlava pelo menos 40 fundos de investimentos com um patrimônio estimado em mais de R$ 30 bilhões. Além disso, a facção adquiriu bens patrimoniais no Brasil, como ações em fintechs, propriedades em fazendas de cana-de-açúcar e postos de combustíveis.
A Megaoperação contou com a participação da Receita Federal, do Ministério Público, da Polícia Federal, da Polícia Militar e da Polícia Civil. A operação visava desarticular o envolvimento do PCC no esquema criminoso de lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis adulterados e investimentos financeiros irregulares. A facção utilizava pessoas contratadas como “laranjas” para se infiltrar nas fazendas, postos e fintechs, movimentando bilhões de reais de forma não rastreável.
A Receita Federal identificou que os postos de combustíveis envolvidos no esquema tinham papel fundamental na lavagem de dinheiro. Entre 2020 e 2024, mais de R$ 10 bilhões em combustíveis foram importados pelos investigados. A organização criminosa também utilizava distribuidoras, postos e lojas de conveniência para transitar recursos do crime e lavar dinheiro de origem ilícita. O Ministério Público ressaltou a associação do PCC com uma rede de organizações criminosas, visando assegurar a efetividade das atividades econômicas ilícitas.
O esquema descoberto na Avenida Faria Lima revelou a complexidade da atuação do PCC no setor de combustíveis e no sistema financeiro, utilizando postos, distribuidoras e instituições financeiras para lavagem de dinheiro. A operação realizada em diversos estados brasileiros tinha como objetivo desmantelar as atividades ilícitas da facção criminosa, que prejudicava tanto o consumidor, que pagava por combustível adulterado, quanto o sistema financeiro e a economia formal. Todo o esforço das autoridades visava combater ações criminosas que prejudicavam a sociedade como um todo.