Antonietas: Ana Paula Araújo discute escalada da violência doméstica em evento
em Florianópolis
“Antonietas contra a violência doméstica”, do movimento Antonietas, da NSC,
fechou a programação do projeto referente ao Agosto Lilás nesta quinta-feira
(28).
A escalada da violência doméstica no Brasil foi tema de um evento do movimento
Antonietas, da NSC, nesta quinta-feira (28), em Florianópolis. A discussão, que
fechou a programação do Agosto Lilás, contou com palestra da jornalista e
apresentadora da TV Globo Ana Paula Araújo, autora de um livro sobre o tema.
“É muito importante falar sobre a violência contra a mulher. Cada vez que a
gente fala sobre isso, a gente está trazendo luz para um assunto que muitas
vezes fica dentro de casa”, pontuou em entrevista antes do evento “Antonietas:
contra a violência doméstica”.
O debate ocorreu no auditório Ministro Teori Zavascki, do Tribunal de Justiça de
Santa Catarina, órgão que apoiou o evento junto com o Ministério Público
Estadual (MPSC). A mediação foi feita pela jornalista da NSC TV Eveline Poncio.
Dados do Observatório da Violência Contra a Mulher de Santa Catarina apontam
que, só neste ano, 42,4 mil casos de violência doméstica foram registrados no
estado entre janeiro e julho. Além disso, 29 mulheres foram mortas, vítimas de
feminicídio, até 28 de agosto.
Segundo o TJSC, ao menos 18,3 mil medidas protetivas foram concedidas a mulheres
vítimas de violência doméstica entre janeiro e julho de 2025, uma média de 87
por dia.
Ao mesmo tempo, o estado foi o segundo do país com a maior taxa de
descumprimento dessas determinações em 2024, conforme o Anuário da Violência divulgado em julho de 2025.
O evento que debateu o aumento nas ocorrências em Santa Catarina e no país
encerrou uma série de ações do movimento Antonietas relacionadas ao Agosto
Lilás.
A jornalista convidada Ana Paula Araújo virou uma das referências do tema no
país. Em junho, ela lançou o livro “Agressão: a escalada da violência doméstica
no Brasil” onde debate os diferentes tipos de agressões e como ela está presente
em diferentes classes da sociedade.
Ela enfatizou que, durante suas pesquisas, se deparou com diferentes tipos de
violências, que não se limitam a agressões físicas.
> “Quando a gente fala de violência física, é mais fácil de identificar, mas tem
> a violência psicológica, que está presente de uma maneira assustadora e muito
> espalhada em todas as classes sociais, níveis de escolaridade, em todos os
> lugares do Brasil. A violência patrimonial, por exemplo, que é quando um homem
> toma conta de todo o dinheiro da mulher, não deixa ela ter acesso aos bens
> dela, ao dinheiro dela”, exemplificou.
A apresentadora Eveline Poncio, mediadora do evento, destacou as ações do
movimento Antonietas durante o Agosto Lilás, que buscaram discutir sobre a
violência contra a mulher em todos os veículos da NSC.
“Ter um evento como esse, através do movimento Antonietas, é mais uma vez
reforçar o nosso compromisso com a sociedade de trazer essa discussão à tona e
fazer com que, principalmente, a gente não naturalize todos os tipos de
violência que acabam atingindo as catarinenses, as brasileiras e as mulheres de
uma forma em geral”, enfatizou.
Também participaram do evento Naiara Brancher, titular do Juizado da Violência
Doméstica e Familiar da Capital e coordenadora adjunta Estadual da Mulher em
Situação de Violência Doméstica (Cevid), e a promotora e coordenadora NEAVID,
Chimelly Louise de Resenes Marcon.