Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) coordenada pelo professor Tadeu Arrais concluiu que a PEC da Reforma da Previdência proposta pelo Governo de Michel Temer, irá prejudicar os pequenos produtores rurais. Para chegar a essa conclusão, o estudo analisou dados Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e traçou as conseqüências da aprovação da PEC n°287.
Arrais afirmou que a aposentadoria rural não seria mais possível em caso do projeto da Reforma da Previdência seja aprovado. “A aposentadoria rural acaba. Não é eufemismo. Deixa de existir em todos os parâmetros que ela existia anteriormente”.
Para o professor, a PEC estaria inviabilizando a aposentadoria de milhares de trabalhadores essenciais às economias municipais. Em várias cidades do interior do país a aposentadoria rural ultrapassa os 50% do PIB municipal.
Segundo ele, a sonegação fiscal é o principal problema enfrentado pela Previdência atualmente. “Só a JBS deve R$ 1,5 bilhões para previdência. 500 maiores empresas segundo o governo devem mais de R$ 350 bilhões, mais do dobro do necessário”.
Outro ponto levantado pelo pesquisador é expectativa de vida. Para ele esse fator não está sendo levando em consideração. A comparação com outros países como Japão ou Finlândia é desigual já que se vive em média por mais tempo nesses lugares do que aqui. Até dentro do Brasil ocorre essa diferença. “A expectativa de vida entre Santa Catarina e Maranhão tem diferença de aproximadamente oito anos”.
Conforme Tadeus Arrais: “O governo parte de uma conta errada. Ele parte da contribuição patronal e dos funcionários formais. Ele esquece de somar outras receitas que são previstas na constituição. Previdência não é sinônimo de aposentadoria. O governo está confundindo a Seguridade Social com a aposentadoria”.