Homem é condenado a 25 anos por matar passista trans a facadas em São Gonçalo
O crime aconteceu em fevereiro do ano passado. Segundo as investigações, Marlon Nascimento da Silva, de 28 anos, tinha um relacionamento com Amanda de Souza Soares, então com 23.
Marlon Nascimento da Silva foi condenado a 25 anos de prisão — Foto: Divulgação
A Justiça do RJ condenou a 25 anos de prisão o repositor de supermercado Marlon Nascimento da Silva, de 28 anos, pelo assassinato da cantora e passista trans Amanda de Souza Soares, então com 23, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
O crime ocorreu na madrugada de 1º de fevereiro de 2024, em um terreno baldio ao lado da casa da vítima, no bairro Jardim Nova República.
Segundo as investigações, Marlon atraiu Amanda até o local após enviar diversas mensagens pelas redes sociais. Os dois mantinham um relacionamento e ele temia que o caso fosse revelado.
Durante o julgamento, realizado nesta quinta-feira (28), o Tribunal do Júri de São Gonçalo considerou o réu culpado por homicídio quadruplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel, traição e feminicídio.
A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine destacou que Marlon agiu de forma dissimulada após o crime, tentando criar um falso álibi e até consolando amigos da vítima.
Amanda de Souza Soares — Foto: Arquivo pessoal
A investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) apontou que o crime teve motivação transfóbica. Marlon foi preso uma semana depois do assassinato, no local onde trabalhava, e confessou o crime.
Amanda era conhecida pelo nome artístico “Mandy Gin Drag”. Nas redes sociais, ela se apresentava como mulher trans, ativista, drag queen e cantora sertaneja, interpretando músicas do gênero em festas e também no carnaval.
Outra paixão de Amanda era a escola de samba Acadêmicos do Cubango. Ela integrava a ala das passistas desde a adolescência.
Segundo um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), estado do Rio de Janeiro registrou 10 assassinatos de pessoas trans em 2024. A maioria dessas vítimas também era travesti ou mulher trans, conforme o perfil nacional.
O dossiê não traz uma lista completa por município, mas aponta que os crimes se concentraram em municípios da Baixada Fluminense e Região Metropolitana, como: São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo e Campos dos Goytacazes.
DE não conseguiu localizar a defesa de Marlon Nascimento.