Projeto oferece oportunidade de recomeço a trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão na Bahia
Objetivo do MPT é proporcionar a formação de associações para a produção de alimentos saudáveis, a fim de garantir renda para as vítimas.
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‘Vida após resgate’: Profissão Repórter mostra histórias de trabalhadores após resgate de trabalho escravo
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) promove o projeto Vida Pós Resgate, iniciativa que busca oferecer novas perspectivas a trabalhadores que foram retirados de condições análogas à escravidão.
O objetivo do projeto é proporcionar, entre as vítimas, a formação de associações para a produção de alimentos saudáveis, preferencialmente nos locais de origem dos trabalhadores, a fim de garantir renda suficiente para torná-los livres da necessidade de se submeter às adversidades do mercado de trabalho.
Com apoio do projeto, as associações são estabelecidas e seus membros não precisam sair de suas respectivas cidades nem ficam vulneráveis a formas extremas de exploração.
Segundo o MPT, as associações mais desenvolvidas estão localizadas nas cidades de Una, no sul do estado, e em Monte Santo, no norte baiano. Há ainda outras associações em Conceição do Coité, São Domingos e Aracatu.
Quinze trabalhadores rurais, resgatados em uma operação de combate ao trabalho escravo no início de junho, no município baiano de Várzea Nova, decidiram criar uma associação para produzir galinhas poedeiras para a venda de ovos.
A proposta foi apresentada aos trabalhadores logo após a ação de fiscalização realizada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em fazendas de extração de sisal e carnaúba, nos municípios de Gentio do Ouro e Várzea Nova.
Conforme o MPT, a ideia da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) é oferecer toda a infraestrutura necessária para a criação de galinhas poedeiras, capacitar os trabalhadores e implantar uma granja em terreno já escolhido no município de Várzea Nova.
Técnicos agrícolas vão treinar o grupo para que o manejo das aves siga todas as melhores práticas de biossegurança e garantam uma atividade sustentável.
A meta é que a associação ganhe autonomia financeira em alguns meses. Em todas as suas unidades, o projeto atua com ações sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental quanto social.
A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.