Moro se reúne com delegados da PF e auxiliares da transição em Brasília

O futuro ministro disse que “talvez” faça a escolha nos próximos dias

O futuro ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, se reuniu nesta segunda-feira (19), em Brasília com integrantes da equipe de transição. Moro almoçou no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição, com dois delegados da Polícia Federal que atuaram na Operação Lava Jato: a delegada Érika Malena e o ex-superintendente da PF no Paraná .

Érika Marena e Rosalvo Franco estão auxiliando na transição, de acordo com o futuro ministro, que conversou rapidamente com jornalistas ao final do almoço. Moro foi questionado sobre a possibilidade de definir nesta semana o nome do futuro diretor-geral da Polícia Federal. O futuro ministro disse que “talvez” faça a escolha nos próximos dias. Também há possibilidade de anúncio de outros nomes da equipe de Moro.

Entre delegados, o nome de Érika circula como uma possibilidade de ocupar o cargo de diretora-geral da Polícia Federal. O atual superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeiro, também está entre os cotados ou para esse cargo ou para um cargo estratégico na estrutura do MJ. A interlocutores, segundo apurou a TV Globo, Moro já disse que o futuro chefe da PF deve ser alguém que atuou na Lava Jato. O atual diretor-geral é o delegado Rogério Galloro, indicado no governo do atual presidente Michel Temer. Além da direção-geral da PF, há outros cargos na estrutura do Ministério da Justiça considerados importantes e que Moro ainda esta escolhendo os futuros ocupantes.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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