Marido de estudante de medicina que morreu em acidente diz que está sofrendo com perda da esposa: ‘Toda hora vem ela na minha cabeça’
O marido da estudante faz 23 anos nesta quarta-feira (3). Ele contou que ainda se recupera dos ferimentos do acidente com o apoio dos pais.
Guilherme Sampaio e Paula Abrantes são de Alexânia, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Guilherme Sampaio
Guilherme Sampaio, marido da estudante de medicina Paula Abrantes da Silva, que morreu após sofrer um acidente de carro, fez aniversário de 23 anos nesta quarta-feira (3). Em entrevista ao DE, ele afirmou que a esposa tinha planos de comemorar a data e que está com dificuldades para lidar com a perda.
“Toda hora vem ela na minha cabeça, parece que tem um buraco no meu peito. Um tempo antes do acidente ela falou que estava ansiosa para o meu aniversário, porque tínhamos combinado de fazer um passeio,” contou.
Paula morreu no dia 18 de agosto após sofrer um acidente de trânsito no domingo (17), entre Chapadão do Sul e Paraíso das Águas, no Mato Grosso do Sul. Guilherme, que também estava no veículo, voltou para a casa dos pais, em Alexânia, após receber alta médica no dia 27 do mesmo mês.
Com fraturas no quadril e tíbia, Guilherme contou que ainda se recupera dos ferimentos com o apoio dos pais. Ele, que também é estudante de medicina, afirmou que sempre estava junto com a esposa na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde viviam juntos e frequentavam a Universidad Sudamericana.
“A gente sempre morou juntos, e como morávamos longe das nossas famílias, a gente fazia tudo juntos, dormíamos e acordávamos e agora parece que foi amputada uma parte de mim,” lamentou.
Ele explicou que estiveram juntos por três anos e sempre comemorava o aniversário somente com a esposa. “Está complicado porque ela sempre gostava de fazer algo nos aniversários,” declarou.
Guilherme e Paula voltavam de Alexânia, onde tinham passado alguns dias com suas famílias, para o Paraguai. No final da tarde do dia 17 de agosto, o carro em que eles estavam viajando foi atingido de frente por uma caminhonete que vinha no sentido contrário, na outra pista da BR-060, e saiu de trás de um caminhão.
“Eu lembro que um caminhão estava vindo na outra via, no sentido contrário. De repente, só vi uma caminhonete na minha frente e veio o choque. Na hora, eu ainda gritei ‘não’ e apaguei,” contou Guilherme.
Guilherme só ficou sabendo da morte da esposa na Santa Casa de Campo Grande. Foi a mãe dele que lhe deu a notícia, após ele passar pela primeira cirurgia, na perna esquerda.
“Foi muito difícil. A reação dele foi de desespero. Ele ficou dizendo que queria ter ido no lugar dela. Eles se davam muito bem, foram bastante felizes juntos,” contou Keila Sampaio, mãe de Guilherme, ao DE.
O pai da estudante, o advogado Marco Antônio Raimundo da Silva, de 46 anos, chorou ao falar sobre a perda de ‘Paulinha’, como era chamada pelos amigos e familiares. De acordo com ele, ser médica era o sonho da vida da filha.
Na ocasião do acidente, ela voltava para a faculdade na cidade de Pedro Caballero, após passar o Dia dos Pais em Alexânia. Segundo Marco, Paula tirou uma foto com todos na frente do mercado da família antes de ir embora e escreveu: “Meu lar”.
Marco Antônio conta que a filha estava com o ‘coração doendo’, com vontade de ficar em Alexânia, mas sabia da responsabilidade com os estudos e com o sonho dela.
“Ela era muito viva. Parece que ela sabia que a vida dela era pequena, porque ela vivia intensamente mesmo. Ela estava feliz demais,” contou emocionado.