Rotunda ferroviária tombada pelo Iepha terá obras de recuperação após 40 anos em Ribeirão Vermelho, MG
O projeto de revitalização da estrutura ferroviária da cidade de Ribeirão Vermelho, em Minas Gerais, construída entre 1895 e 1897, será iniciado em 15 de setembro e terá a duração de 14 meses. As ações incluirão não apenas a recuperação física da rotunda ferroviária, mas também atividades de educação patrimonial e engajamento comunitário. O local, considerado uma das principais referências da Estrada de Ferro Oeste de Minas e tombado pelo Iepha em 2014, receberá um investimento de R$ 2,9 milhões para a sua restauração, encabeçada pela Associação Arquitetas Sem Fronteiras (ASF Brasil).
A rotunda em questão é uma edificação circular com 75 metros de diâmetro, construída com materiais importados da Escócia e da França. Durante muitos anos, funcionou como um espaço de manutenção da Estrada de Ferro Oeste de Minas, onde locomotivas a vapor eram reparadas. Mesmo após o encerramento das atividades do parque mecânico em 1965, o local continuou a ser utilizado como depósito até 1985, quando começou a sofrer com os efeitos da deterioração causada pelo tempo.
Além da rotunda, o conjunto arquitetônico de Ribeirão Vermelho inclui a estação ferroviária, a estação fluvial, oficinas, engenho de café e outras construções da antiga Companhia Agrícola e Industrial Oeste de Minas. A história desses locais se entrelaça com a trajetória da região e é parte importante do patrimônio histórico de Minas Gerais.
O financiamento para as obras de recuperação da rotunda ferroviária de Ribeirão Vermelho é proveniente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a Gerdau e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A destinação dos recursos do TAC para a restauração do patrimônio histórico é parte de um compromisso assumido pelas partes envolvidas visando à preservação e valorização do acervo cultural do estado.
A ação de recuperação da rotunda ferroviária é, portanto, um passo significativo na preservação da memória histórica e cultural de Ribeirão Vermelho e de Minas Gerais como um todo. Além da importância da própria estrutura para a identidade da região, as obras representam um esforço conjunto da sociedade civil, do setor privado e do poder público na consolidação de ações de preservação do patrimônio. O engajamento da comunidade local nas atividades do projeto contribui para a construção de uma relação mais próxima e participativa entre os cidadãos e o seu próprio passado histórico.