A oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) emperrou a votação do indicado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), Wagner Rosário, após ele participar de uma reunião crítica ao relatório de confiabilidade das urnas eletrônicas. A votação, que geralmente é rápida, foi adiada pelo segundo dia consecutivo devido às obstruções dos deputados da oposição.
Anteriormente, em 2023, Marco Aurélio Bertaiolli foi aprovado no mesmo dia de sua sabatina na Alesp, com apoio significativo dos deputados. Em dezembro de 2024, foi a vez de Maxwell Vieira ser indicado e aprovado no mesmo dia. Já Wagner Rosário, indicado pelo governador Tarcísio de Freitas, teve sua sabatina realizada, mas a votação foi adiada nas sessões de terça e quarta-feira.
Rosário, atual controlador-geral do estado e ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), foi criticado pelos deputados do PT e do PSOL devido à sua participação em uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual criticou um relatório sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. A obstrução da votação foi baseada nessa atuação do ex-ministro.
Com o adiamento da votação, ficou acordado que a mesma ocorrerá na próxima semana. Caso a nomeação de Rosário seja aprovada, ele ocupará a cadeira deixada por Antonio Roque Citadini, que se aposentou recentemente. Durante o mandato de Tarcísio de Freitas, já houve outras trocas no TCE, seguindo as regras de composição do tribunal.
O processo de escolha dos conselheiros do TCE depende de acordos políticos, e a articulação dos deputados estaduais é essencial para obter apoio para uma cadeira. Até agora, nenhum deles teve sua indicação aprovada pelo governador. Wagner Rosário é o candidato atual, indicado pelo governador, enquanto a próxima escolha será indicada pelos deputados estaduais.
Wagner de Campos Rosário possui formação em ciências militares e mestrado em combate à corrupção e Estado de direito. Após ocupar o cargo de ministro da CGU, assumiu como controlador-geral do estado em janeiro de 2023. O TCE-SP, embora relacionado ao nome do tribunal, não faz parte do Poder Judiciário, atuando como órgão auxiliar do Legislativo com autonomia para fiscalizar as contas públicas.