Recentemente, um galpão clandestino foi descoberto pelas autoridades policiais da 58ªDP (Posse) no Rio de Janeiro. Localizado em Realengo, na Zona Oeste da cidade, o espaço revelou a presença de uma sala de tortura com isolamento acústico, projetada para abafar os gritos das vítimas. Além disso, os agentes encontraram quatro veículos que haviam sido transformados em clones de viaturas da Polícia Civil, levantando suspeitas sobre possíveis atividades criminosas no local. A principal linha de investigação aponta para a participação de milicianos ou traficantes ligados à disputa de territórios na comunidade do Catiri, em Bangu.
O galpão foi descoberto durante a Operação Torniquete, uma ação de inteligência direcionada para combater a expansão territorial de facções criminosas e frear os roubos de veículos na região. A Vila Kennedy, anteriormente dominada por milicianos, foi recentemente tomada por traficantes do Comando Vermelho (CV), desencadeando uma série de confrontos entre os grupos rivais. A localização do galpão e suas atividades clandestinas apontam para possíveis conexões com a disputa territorial em andamento.
A sala de tortura encontrada no galpão sugere que o espaço era utilizado para interrogatórios e cativeiros de criminosos rivais. Equipado com isolamento acústico, cordas, um tonel de água para afogamentos e um gancho no teto para pendurar vítimas, o local revela a brutalidade das práticas criminosas ali realizadas. A polícia está investigando se milicianos ou integrantes do CV estavam por trás dessas atividades, dada a disputa em curso na comunidade do Catiri.
Além dos veículos clonados, os policiais encontraram outros indícios de atividades ilegais no galpão, que incluíam a guarda de veículos roubados. Um total de sete veículos foram apreendidos, sendo três Toyota Corolla e uma BMW X6. As investigações agora buscam identificar os responsáveis pela logística criminosa desenvolvida no local, além de determinar a propriedade do imóvel. A interdição do galpão visa dificultar a continuidade das práticas criminosas ali realizadas.
A disputa territorial entre milicianos e membros do CV na região de Bangu e Catiri tem gerado um cenário de violência constante para os moradores locais. A presença de facções criminosas em busca de controle territorial, aliada aos conflitos frequentes, cria um ambiente de medo e insegurança para a população. A atuação das autoridades policiais se faz necessária para conter a violência e promover a segurança na região.
A comunidade do Catiri, estrategicamente próxima ao Complexo de Gericinó, tem sido alvo da disputa entre as facções devido à sua localização estratégica. Relatórios da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) apontam a movimentação do CV em direção aos presídios da região, em uma tentativa de ampliar sua influência. O uso de áreas próximas aos complexos prisionais para atividades ilícitas, como o arremesso de drogas e celulares para dentro das prisões, intensifica a necessidade de combate ao crime organizado na região.
Diante desse cenário de conflito e violência, as autoridades policiais continuam empenhadas em desmantelar estruturas criminosas como o galpão descoberto em Realengo. A união de esforços da polícia e da comunidade local é essencial para garantir a segurança e a ordem pública, além de combater efetivamente o avanço do crime organizado na região. O trabalho conjunto entre as forças de segurança e a população é fundamental para promover um ambiente pacífico e livre da influência de organizações criminosas.
