Operação da Polícia Civil do DF prendeu 9 suspeitos em SP, PR e na capital federal. Policiais apreenderam mais de 3 mil pacotes do produto em oito estados.
Cogumelos apreendidos durante operação da polícia do DF em 8 estados
Suspeitos de vender “cogumelos mágicos” foram presos na manhã desta quinta-feira durante uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal. Eles integravam a maior rede de produção e venda desses produtos no país. O grupo movimentou R$ 26 milhões em apenas um ano.
Nesta quinta, nove pessoas foram presas preventivamente. Dois foram presos em Taguatinga e Águas Claras, no Distrito Federal. Ambos são universitários. Seis foram presos em Curitiba e Campo Magro, no Paraná. Um foi preso em Santo André, em São Paulo.
A polícia informou que prisões em flagrante também aconteceram durante a operação, mas o número ainda não foi informado. Os investigados vão responder por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, integração em organização criminosa, disseminação de espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna ou aos ecossistemas, promoção de publicidade abusiva e curandeirismo.
A TV Globo apurou que os dois suspeitos presos no DF são alunos da Universidade de Brasília (UnB) e vendiam o produto na instituição. Eles foram identificados como Igor Tavares Mirailh e Lucas Tauan Fernandes Miguins. Um foi preso em Águas Claras e o outro em Taguatinga.
Além das nove prisões, mais de 3 mil pacotes de “cogumelos mágicos” foram apreendidos durante a operação desta quinta. A venda dos cogumelos era feita pelas redes sociais e a entrega pelos Correios. A operação aconteceu no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo.
Esses “cogumelos mágicos” são exóticos e alucinógenos, que contêm psilocibina. A psilocibina é uma substância psicodélica que altera a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço e pode provocar experiências emocionais e visuais intensas. Segundo a polícia, os suspeitos chegaram a vender os cogumelos exóticos com promessas de cura para depressão e ansiedade.
O grupo criminoso usava as redes sociais e até influenciadores para atrair clientes, em sua maioria jovens frequentadores de festas de música eletrônica. As drogas eram enviadas pelos Correios para todo o país, utilizando o sistema de comércio denominado dropshipping – modelo de negócio de comércio eletrônico em que o vendedor comercializa produtos em uma loja online, mas não mantém o estoque físico. A investigação revelou que, embora a plataforma de vendas do Distrito Federal possuísse um cultivo próprio de cogumelos, sua capacidade era insuficiente para suprir a demanda da rede de distribuição.
A polícia chegou então ao centro da operação que ficava em Curitiba (PR), onde galpões funcionavam como laboratório, e salas de cultivo e estrutura para produzir até 200 quilos de cogumelos por mês. Entre 2024 e 2025, foram identificadas 3.718 encomendas enviadas para o DF, somando mais de 1,3 tonelada de cogumelos. A defesa dos senhores Lucas Fernandes e Igor Tavares nega as acusações e afirma que eles são primários, possuem bons antecedentes e nunca responderam a qualquer outro processo criminal.