Ao DE, a Secretaria de Educação informou que os ônibus contratados para levar os 800 alunos da EMF Padre Leão Vallerié, em viagens de mais de 50 km, terão um custo mensal de R$ 336.966,84. Isso equivale a um custo de R$ 20,05 por dia por aluno, totalizando R$ 421 mensais para o transporte de cada estudante. A pasta ressalta que há um acordo de tomada de preços com a empresa e que o pagamento é realizado conforme a prestação do serviço.
A situação dos alunos transferidos para o Colégio Fitel, a 27 km de distância, por conta de reformas na EMEF Padre Leão Vallerié, vem causando impacto. O Ministério Público instaurou inquérito para apurar o prejuízo escolar dos alunos que enfrentam longas viagens de ônibus para assistirem apenas três horas de aula por dia. A medida gerou preocupações sobre a segurança dos estudantes e o impacto educacional.
Uma das questões levantadas é a falta de ar-condicionado nos ônibus, o que tem exposto os alunos ao calor excessivo durante as viagens. Mãe de uma aluna de 8 anos, Drielle Cristina do Nascimento relatou que a filha sofreu com dor de cabeça após os primeiros dias de transporte. Além disso, a ausência de banheiros nos veículos também tem sido citada como um problema, especialmente para as crianças menores.
A preocupação com a perda de aulas e o impacto educacional gerado pelas longas viagens de ônibus é compartilhada pela professora Cristiane Machado, da Faculdade de Educação da Unicamp. Ela destaca que a reposição das aulas deve ser bem articulada e organizada, envolvendo não apenas a escola, mas também os pais. A falta de ar-condicionado nos ônibus e a ausência de banheiros também são questões que exigem soluções.
Diante da repercussão negativa, a prefeitura de Campinas recuou da decisão de transferir os 491 alunos da EMEF Professora Sylvia Simões Magro para o Colégio Educap, a 10 km de distância, por conta de obras. A administração municipal afirmou que a Secretaria de Educação reavaliará o cronograma de obras na escola e os alunos retornarão às aulas presenciais a partir do dia seguinte ao comunicado.
Frente aos questionamentos do Ministério Público, a prefeitura de Campinas defendeu que os problemas relacionados ao transporte dos alunos da EMEF Padre Leão Vallerié já estão sendo resolvidos. A administração ressaltou a necessidade da mudança temporária dos alunos devido às reformas estruturais na escola, garantindo que as obras são fundamentais para a segurança e melhorias na infraestrutura educacional.