TH Joias lucrou vendendo para criminosos, diz secretário da Polícia Civil do RJ

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Era constrangedor, porque a mim ele nunca enganou’, diz Felipe Curi sobre presença de TH Joias em eventos de segurança

Secretário da Polícia Civil do RJ foi responsável, em 2017, por investigar o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, preso na semana passada sob suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho.

TH Joias lucrou com venda para criminosos, diz investigação

TH Joias lucrou com venda para criminosos, diz investigação

Secretário da Polícia Civil do RJ e responsável pela primeira prisão do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, em 2017, o delegado Felipe Curi disse que se sentia constrangido e evitava contato com o político durante eventos — especialmente os ligados à segurança pública. Curi deu as declarações primeiro à Folha de S.Paulo e depois ao DE Apesar da relação institucional, Curi disse que tentava manter distância do parlamentar. “Era até constrangedor vê-lo em eventos de segurança, mas não tinha como impedir.”

“Estando lá como secretário da Polícia Civil, vendo-o em eventos de segurança pública, é óbvio que são eventos institucionais, que você tem que acabar estando com a pessoa ali, mas obviamente era constrangedor, porque a mim ele nunca enganou”, acrescentou.

Procurada, a defesa do ex-deputado preferiu não comentar a fala do secretário da Polícia Civil.

TH Joias em um evento de segurança pública no RJ — Foto: Reprodução/Redes sociais

TH Joias em um evento de segurança pública no RJ — Foto: Reprodução/Redes sociais

Na quarta-feira (3), TH Joias foi preso novamente por suspeita de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de negociar armas, drogas e equipamentos antidrones para o Comando Vermelho (CV).

Também há suspeitas de que ele usava policiais para obter informações sobre operações e repassá-las aos criminosos.

Ele foi detido durante uma operação conjunta das polícias Civil e Federal e do Ministério Público Federal e Estadual. Outras 15 pessoas também foram presas.

Nas redes sociais, o ex-deputado divulgava fotos e vídeos ao lado de políticos, como o governador Cláudio Castro (PL) e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil). E de outros integrantes da cúpula de segurança do RJ, como o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, o secretário do Corpo de Bombeiros, coronel Tarciso Antônio de Salles Junior, e a secretária da Seap, Maria Rosa Lo Duca Nebel. O DE entrou em contato com os citados e aguarda retorno.

TH ao lado dos secretários da Seap, Maria Rosa Lo Duca Nebel, e da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira — Foto: Reprodução/Redes sociais

TH ao lado dos secretários da Seap, Maria Rosa Lo Duca Nebel, e da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira — Foto: Reprodução/Redes sociais

Na segunda-feira (8), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu manter a prisão de TH Joias e de outros 13 investigados. A decisão foi unânime entre os sete magistrados da 1ª Seção Especializada.

“Ele não estava representando os interesses do povo ali, ele estava representando os interesses de uma facção criminosa: neste caso, o Comando Vermelho. Ele continuava fazendo as mesmas coisas que ele fazia lá na primeira investigação de 2017”, disse o secretário da Polícia Civil. TH era presidente da Comissão de Defesa Civil da Alerj.

TH Joias ao lado do secretário de Defesa Civil, coronel Tarciso Antônio de Salles Junior — Foto: Reprodução/Redes sociais

TH Joias ao lado do secretário de Defesa Civil, coronel Tarciso Antônio de Salles Junior — Foto: Reprodução/Redes sociais

Em 2017, TH Joias já havia sido preso, acusado de lavar dinheiro do tráfico por meio de uma joalheria. À época, ele teria recebido R$ 11 mil por semana para repassar informações de operações policiais a facções criminosas. Ele ficou pouco menos de 10 meses preso e respondia em liberdade.

Em 2022, foi candidato a deputado estadual pelo MDB e obteve pouco mais de 15 mil votos. Assumiu o mandato em 2024 após a morte de Otoni Moura de Paulo, o Otoni de Paula Pai, e a permanência de Rafael Picciani em uma secretaria estadual.

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