O Rio de Janeiro estima um impulso de R$ 24 bilhões com a universalização do saneamento até 2033. A estratégia busca evitar que o esgoto alcance os corpos hídricos, conectando as residências ao sistema de esgotamento. A frequência e intensidade cada vez maiores de eventos climáticos extremos pressionam por uma mudança urgente na infraestrutura urbana.
Em meio à promessa de se tornar um epicentro da economia azul, onde a universalização do saneamento básico é vista como a chave para destravar um potencial econômico de cerca de R$ 24 bilhões anuais em novas atividades, o Rio de Janeiro enfrenta uma corrida contra o tempo. De um lado está a ambição por um futuro sustentável, de outro as mudanças climáticas extremas, que impõem desafios urgentes.
Durante a 10ª edição do seminário Cidades Verdes, a subsecretária de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro, Ana Asti, ressaltou a importância da nova estratégia de conectividade das casas ao sistema de esgotamento para evitar a contaminação dos corpos hídricos. Com a meta de tratar 90% do esgoto, espera-se a recuperação da balneabilidade das praias e o surgimento de novos negócios em diversos setores.
Um estudo encomendado pelo governo do RJ à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) indica que a universalização do saneamento básico pode gerar anualmente R$ 24 bilhões em novas atividades no estado. Mais do que um ganho econômico, a ampliação da rede de esgoto tem impacto direto na recuperação ambiental, sendo crucial para transformar o estado em referência da economia azul e despoluir a Baía de Guanabara.
Apesar dos desafios e metas ambiciosas, o presidente do Comitê de Sustentabilidade da Cedae, Alan Borges, destaca o déficit histórico de saneamento básico nas favelas da região metropolitana. A ligação dessas áreas à rede de esgotamento sanitário é vista como essencial para garantir praias mais balneáveis e promover cidades mais justas e equilibradas. O programa “Replantando Vida” da Cedae, que envolve a população carcerária no reflorestamento, é um exemplo de ação integrada para reduzir desigualdades e preparar as cidades para os impactos das mudanças climáticas.