Cármen Lúcia provavelmente formará maioria pela condenação de Bolsonaro em votação surpreendente do STF

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Votação de Luiz Fux foi além do que os colegas esperavam e Cármen Lúcia provavelmente formará maioria pela condenação de Bolsonaro

Após um longo voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que durou quase 13 horas, a ministra Cármen Lúcia, também integrante da Primeira Turma do STF, provavelmente irá formar maioria nesta quinta-feira (11) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da chamada trama golpista, contrapondo o voto do colega.

Durante todo o voto de Fux, a ministra esteve atenta, fazendo anotações e conversando em alguns momentos com o relator Alexandre de Moraes, que estava sentado ao seu lado.

A expectativa entre os ministros é que, com os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, o placar final seja de 4 a 1 pela condenação de Bolsonaro e Braga Netto.

O voto de Fux, que absolveu seis dos oito réus dos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe, pegou os colegas da Primeira Turma de surpresa. A avaliação era de que ele discordaria apenas no tamanho das penas e na absorção dos crimes contra a democracia.

Um dos ministros da Turma comentou que o voto de Fux surpreendeu ao condenar o ajudante de ordens, mas não quem dava as ordens, ou seja, o ex-presidente Bolsonaro.

Outro ministro avaliou que, segundo o voto de Fux, os militares seriam os responsáveis pelo golpe, uma vez que os únicos condenados por ele foram Mauro Cid e o general Braga Netto. Esse ministro relembrou as reuniões de Bolsonaro com os comandantes militares para discutir a minuta do golpe, onde nem Cid nem Braga Netto estavam presentes.

O longo voto de Fux cansou os ministros, que em dado momento chegaram a cochilar, devido ao cansaço da votação que se estendeu das 9h20 até por volta das 22h. Fux evitou apartes em seu voto para que não fosse contestado pelos outros ministros da Turma, mas é esperado que isso aconteça durante o voto de Cármen Lúcia.

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