Influenciadores investigados por jogos ilegais ostentavam dinheiro falso e financiavam carros de luxo; quadrilha movimentou R$ 70 milhões
Clara Melo e Douglas Lima estão sendo monitorados com tornozeleira eletrônica. Segundo a polícia, eles ostentavam vida de luxo que não podiam pagar para atrair seguidores.
Os influenciadores investigados por jogos ilegais ostentavam dinheiro falso e financiavam carros de luxo
A quadrilha integrada pelos influenciadores digitais Clara Melo e Douglas Lima, alvo de operação contra jogos ilegais nesta sexta-feira (12), movimentou mais de R$ 70 milhões desde o momento em que a Polícia Civil começou a investigar o grupo. Ao todo, 12 pessoas são investigadas por exploração de jogo de azar, estelionato e lavagem de dinheiro.
De acordo com o delegado Adyr Martens, responsável pela investigação, os influenciadores costumam ostentar nas redes itens de luxo e viagens caras para incentivar pessoas a entrarem nas plataformas de jogos de azar. Entretanto, as cédulas eram falsas, e os carros de luxo são financiados, mas não são pagos.
A investigação, que já dura 18 meses, começou em 2024, quando chegaram denúncias de que influenciadores estavam enganando seguidores com jogos de azar. Em Paulista, no Grande Recife, a polícia identificou Clara Melo e Douglas Lima, que têm 450 mil e 152 mil seguidores no Instagram, respectivamente.
O casal e mais três assessores foram levados à Delegacia de Paulista nesta sexta e serão monitorados com tornozeleira eletrônica.
O delegado contou que, no início da investigação, por coincidência, a polícia encontrou Douglas passeando num carro de luxo e fez uma revista no veículo. Foram encontradas centenas de cédulas de dinheiro cenográfico, mostrado como se fosse verdadeiro nas redes dos influenciadores.
Na época, Douglas assumiu que fazia rifas, chamada de campanhas, e usava o dinheiro falso nas divulgações. Entre as “campanhas” divulgadas pelo casal estão jogos virtuais semelhantes ao famoso “jogo do tigrinho”, que ficam hospedados em servidores estrangeiros em países como Suíça e Curaçao. Eles costumam receber valores pela divulgação de links para cadastro nessas plataformas.
O delegado disse, ainda, que o fundador da plataforma usada pelos influenciadores também foi identificado, mas não foi localizado pela polícia. Se trata de um homem que mora em Campinas, no interior de São Paulo. Há um mandado de prisão contra ele, que também é investigado pela Polícia Civil de São Paulo.
Por fim, Adyr Martens declarou que uma das principais dificuldades para localizar os suspeitos ocorre porque eles, por não pagarem as mansões em que vivem, trocam de residência frequentemente. A organização criminosa conta com 12 integrantes, incluindo os influenciadores, seus assessores e os donos das plataformas envolvidas.
*Estagiária sob supervisão do editor Pedro Alves
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