Varginha tem 500 pessoas na lista de espera por cirurgia de catarata; tempo médio é de quatro meses
As cirurgias em Varginha são realizadas pela Secretaria de Saúde em clínicas especializadas e também no Hospital Bom Pastor.
Em Varginha (MG), aproximadamente 500 pessoas aguardam na fila para realizar cirurgia de catarata, procedimento considerado o único tratamento efetivo para a doença. O tempo médio de espera no município é de quatro meses, segundo a Secretaria de Saúde, e pacientes cobram maior agilidade nos atendimentos.
A dona de casa Judith de Fátima Silva Bertoldo, 63 anos, sente na prática os efeitos da demora. Ela gosta de rezar o terço assistindo a programas religiosos, mas há pouco mais de três anos, a visão começou a se comprometer.
As cirurgias em Varginha são realizadas pela Secretaria de Saúde em clínicas especializadas e também no Hospital Bom Pastor. A prefeitura informou que obras de adequação na estrutura do hospital contribuíram para a lentidão na fila.
“Nós tivemos um período de suspensão para essa readequação e já retomamos as cirurgias. Estão sendo realizadas em torno de 100 a 120 cirurgias por mês. Priorizamos pacientes com apenas um olho e aqueles com diabetes avançado que necessitam de intervenção urgente”, explicou o secretário de Saúde, Adrian Nogueira.
O filho de Judith, Juliano Silva Bertoldo, conta que tem acompanhado os trâmites administrativos desde o último exame da mãe, realizado em maio, mas ainda não há previsão para a cirurgia.
A catarata ocorre quando o cristalino, lente natural do olho, fica opaco, causando visão embaçada. O oftalmologista Alex Reis Ferreira reforça que a única solução definitiva é a cirurgia, que substitui o cristalino comprometido por um novo, restaurando a visão.
Geralmente, a doença atinge idosos, e o mesmo paciente pode precisar entrar na fila duas vezes, já que a operação é feita em um olho por vez. Para Judith, a espera tem sido longa e frustrante.
A Secretaria de Saúde de Varginha informou que, neste momento, estão sendo chamadas as pessoas que realizaram os exames em abril.
Em Poços de Caldas, segundo a prefeitura, não há demanda represada: as cirurgias são realizadas cerca de 30 dias após o pedido. Em Pouso Alegre, a Secretaria de Saúde também informou que não há fila para o procedimento e que 96 pacientes estão em acompanhamento pré-operatório.