A condenação sem precedentes de Jair Bolsonaro e de generais da cúpula militar por tentativa de golpe de Estado expôs uma ferida que o discurso de ‘página virada’ das Forças Armadas não consegue esconder. Nos bastidores, comandantes já reconhecem a existência de novos desafios e a necessidade de lidar com o desgaste resultante do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de afirmarem que desejam virar a página, as Forças Armadas enfrentam a realidade de que a decisão do Superior Tribunal Militar (STM) sobre a possível perda de patentes de Bolsonaro e generais pode gerar mais turbulências. A pressão sobre o STM para se posicionar sobre o caso coloca os comandantes em uma posição delicada, tendo que lidar com as repercussões da condenação e suas consequências.
A cúpula militar reconhece que a condenação dos militares golpistas trouxe à tona questões que precisam ser enfrentadas com transparência e responsabilidade. A narrativa de que o episódio já está superado não condiz com a realidade, e os comandantes sabem que precisam encontrar maneiras de lidar com o desgaste interno e externo causado pela condenação.
Os bastidores das Forças Armadas refletem um ambiente de incerteza e preocupação em relação aos desdobramentos do julgamento dos militares envolvidos no golpe de Estado. A tentativa de manter a estabilidade e a coesão interna diante das divergências políticas e institucionais se torna um desafio ainda maior com a pressão externa sobre o STM e a possibilidade de perda de patentes de figuras importantes da hierarquia militar.
Os comandantes das Forças Armadas se veem diante de um cenário complexo, no qual precisam equilibrar a defesa da instituição, a manutenção da ordem interna e a transparência perante a sociedade. A condenação dos militares golpistas desencadeou um processo de reflexão e reavaliação nas Forças Armadas, que agora buscam reafirmar seus valores e princípios diante dos desafios impostos pela justiça e pela opinião pública.