O governo federal, por meio do INSS, está se articulando para usar os bens apreendidos em uma operação de combate a fraudes para ressarcir aposentados e pensionistas que foram vítimas desses atos ilícitos. Na Operação Sem Desconto, a Polícia Federal apreendeu carros de luxo, vinhos avaliados em R$ 50 mil e obras de arte nas residências das pessoas investigadas. A partir dessa apreensão, o objetivo é garantir que os recursos sejam direcionados para reparar os danos causados aos beneficiários do INSS.
Em uma coletiva realizada nesta segunda-feira, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, revelou que cerca de R$ 2,8 bilhões já foram bloqueados pela Justiça desde o início das investigações que identificaram o esquema fraudulento. A utilização desses recursos apreendidos é fundamental para restituir de forma integral os aposentados e pensionistas prejudicados. A Advocacia Geral da União está sendo acionada para adotar medidas cautelares a fim de garantir que esses bens sejam efetivamente usados para reparação.
A magnitude dos bens de alto valor apreendidos surpreendeu os investigadores, evidenciando a extensão e complexidade do esquema fraudulento descoberto no INSS. O foco agora está em assegurar que os responsáveis por tais práticas arquem com as consequências de seus atos. O presidente ressaltou a importância de todo o valor ressarcido ser proveniente dos envolvidos nos desvios, sem ônus para os beneficiários prejudicados.
A investigação realizada pela PF revelou um esquema amplo de fraudes e desvios de recursos das aposentadorias e pensões concedidas pelo INSS. Dentre os investigados, está “Careca do INSS”, apontado como facilitador do esquema criminoso e suspeito de pagar propinas milionárias a servidores públicos. Junto a ele, o empresário Maurício Camisotti também foi detido, sendo identificado como beneficiário das fraudes no âmbito da Previdência.
A apuração da PF indica que associações e entidades ligadas aos serviços aos aposentados cadastravam pessoas sem autorização, utilizando assinaturas falsas para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS. A gravidade do esquema requer uma atuação firme das autoridades para garantir a punição dos envolvidos e o ressarcimento integral das vítimas. Questionado sobre a fiscalização no INSS, o presidente destacou a importância de adotar controles rígidos para impedir novas práticas fraudulentas no futuro.