Em junho, a Netflix anunciou o início das gravações da minissérie ‘Emergência Radioativa’, baseada no acidente radiológico com césio 137 que ocorreu em Goiânia em 1987. A escolha de São Paulo como locação não agradou a todos. Na semana em que o acidente completou 38 anos, o Conselho Municipal de Cultura de Goiânia publicou uma carta expressando a insatisfação com a decisão de filmar a série fora da cidade afetada. Segundo os conselheiros, Goiânia teria estrutura e história suficientes para abrigar uma produção que retrate a tragédia. A insatisfação em relação à escolha de São Paulo como cenário principal da série se deu, principalmente, pelo fato de a capital goiana ser diretamente ligada ao episódio trágico da contaminação por césio 137, demandando a visibilidade da cidade nos meios de comunicação. Os goianos lamentam a falta de reconhecimento de sua história na produção, considerando que o local do acidente ainda sofre com as consequências e carrega marcas profundas da tragédia. A carta divulgada pelo Conselho Municipal de Cultura destaca a importância de valorizar a memória das vítimas e da cidade de Goiânia como cenário real do acidente, reiterando que a história precisa ser contada com fidelidade e respeito. A decisão da Netflix em escolher São Paulo para a produção da minissérie gerou críticas, confrontando a percepção dos goianos sobre a necessidade de manter viva a memória do acidente e sua ligação direta com a cidade de Goiânia. A polêmica em torno da escolha do local de filmagem demonstra a sensibilidade e o envolvimento da comunidade local na preservação da história e na maneira como essa narrativa deve ser compartilhada com o mundo.