O médico responsável pela cirurgia estética que resultou na morte da jovem Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi preso na última segunda-feira. José Emílio de Brito teve sua prisão decretada após a realização de uma lipoaspiração com enxerto de glúteos que resultou em perfuração no rim e hemorragia interna, conforme apontado pelo laudo do IML.
A Polícia do Rio deteve José Emílio de Brito na Tijuca, Zona Norte da cidade, onde ele tinha um mandado de prisão temporária em seu nome. A clínica Amacor, localizada em Campo Grande, foi interditada na semana anterior à prisão do médico, devido às condições inadequadas encontradas no local, que incluíam medicamentos vencidos.
José Emílio de Brito enfrenta mais de dez processos na Justiça, tendo sido condenado em 2018 a dois anos e quatro meses por homicídio culposo decorrente de circunstâncias semelhantes que resultaram na morte de outra paciente em 2008. O médico foi detido para prestar esclarecimentos sobre o caso de Marilha Menezes Antunes, e quatro ex-pacientes foram intimadas a depor e relataram constrangimento em relação às marcas e sequelas deixadas pelos procedimentos.
Na segunda-feira, depoimentos sobre a morte da jovem Marilha foram retomados na Delegacia do Consumidor, com o Samu e familiares prestando esclarecimentos. A irmã da vítima, Léa Caroline Menezes, expressou seu desejo por justiça e afirmou que espera que José Emílio de Brito não possa causar danos a mais ninguém. Até o momento, a defesa do médico não se pronunciou sobre o caso.
Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea, e sua morte durante a cirurgia estética trouxe à tona a história de um médico com histórico de processos na Justiça e condenação por homicídio culposo em situações semelhantes. A busca por melhoria na autoestima resultou em tragédia para a família da jovem e levanta questionamentos sobre a atuação negligente de profissionais da saúde.