Qualidade do ar em Ribeirão Preto: impactos da poluição e da poeira para a saúde

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Fumaça, poeira, tempo seco: qualidade do ar em Ribeirão Preto varia de ruim a moderada

Partículas suspensas pequenas podem chegar ao pulmão e afetar a saúde, diz professor de química.

Índices da Cetesb indicam ar ruim em Ribeirão Preto, SP, há quatro dias

Índices da Cetesb indicam ar ruim em Ribeirão Preto, SP, há quatro dias

Há semanas, a aposentada Silvana Vecchi Rodrigues tem a impressão de que a casa nunca está em limpa em Ribeirão Preto (SP). Isso porque após passar pano, o pó volta a acumular quase que imediatamente no chão e sobre os móveis.

> “Eu passo pano umas seis vezes. Não sou neurótica, não, mas eu passo. Se ficar um dia sem passar pano, tem que lavar toda a casa. O pano sai vermelho de terra”, diz.

No horizonte, a sensação é de que está tudo esfumaçado. O ar, que era para ser transparente, parece ganhar forma.

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Pano sujo na casa de aposentada em Ribeirão Preto, SP, por causa da poeira carregada pelo vento — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Pano sujo na casa de aposentada em Ribeirão Preto, SP, por causa da poeira carregada pelo vento — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Tanto a casa empoeirada como o céu embaçado são resultados de partículas minúsculas concentradas e suspensas.

Na escala da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a qualidade do ar em Ribeirão Preto nos últimos dias tem variado de ruim a moderada. Isso porque o índice de umidade relativa do ar chegou a 6%, com vapor de água baixíssimo, o que colocou a cidade em estado de emergência.

PARTÍCULAS CONSIDERADAS PERIGOSAS

Nos meses de agosto e setembro, que marcam o fim do inverno no Brasil, o clima na região de Ribeirão Preto tem características marcadas pelo tempo seco e pelo calor.

A conjunção de fatores, segundo o professor de química Murilo Innocentinni, favorece a formação de partículas consideradas perigosas à saúde.

> “Normalmente, essas partículas têm tamanho menor do que 100 micra. Só que as partículas que vão chegar ao nosso pulmão, as chamadas MP10, têm um tamanho menor do que 10 micra. Menores do que essas partículas são as com tamanho de 2,5 micra. Essas atingem a região dos alvéolos, entopem a região de troca de gases e são mais perigosas ainda.”

Horizonte em Ribeirão Preto, SP, sujo por causa da poluição e da poeira — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Horizonte em Ribeirão Preto, SP, sujo por causa da poluição e da poeira — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Para se ter uma ideia, um fio de cabelo tem 70 micra de diâmetro, ou seja, MP70. Alguns exemplos das partículas encontradas no ar em Ribeirão Preto são a poeira carregada pelos ventos e a fumaça das queimadas, que ajudam a piorar a qualidade por causa da baixa umidade relativa.

> “Além da poeira, nós temos as queimadas e aí nós temos a fumaça. A fumaça é outro tipo de partícula, menor ainda. Ela é muito mais rica em número de partículas MP2,5 e entra no sistema respiratório. Então a fumaça é mais perigosa do que a poeira”, afirma Innocentinni.

Silvana diz que os efeitos do tempo são garganta seca, olhos ardendo, tosse seca, nariz ressecado. Para minimizá-los, a hidratação é a principal aliada.

“Tempos que tomar cuidado. Toda hora é água, muito mais [do que está acostumada], eu ando com uma garrafinha na mão aonde eu vou. Senão começa a secar garganta, aquela tosse seca.”

Partículas suspensas no ar em Ribeirão Preto, SP — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Partículas suspensas no ar em Ribeirão Preto, SP — Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

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