A investigação acerca da execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista, Ruy Fontes, assassinado na última segunda-feira (15) no litoral, apresenta duas principais suspeitas para a motivação do crime. A possível vingança decorrente da atuação histórica de Ruy Fontes contra os líderes do PCC e a reação de criminosos descontentes com sua gestão na Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
Ruy Ferraz Fontes, de 68 anos, foi brutalmente assassinado a tiros na tarde da última segunda-feira em Praia Grande, SP. O delegado-geral Arthur Dian deslocou-se para o litoral para acompanhar o início das investigações. O governador Tarcísio de Freitas ordenou a atuação total da polícia, com a formação de uma força-tarefa para identificar os responsáveis pelo crime.
“Estou chocado. A ação foi muito planejada, conforme relatado a mim. O delegado Ruy percebeu o ataque, tentou fugir da emboscada, mas foi covardemente assassinado”, declarou o governador. A força-tarefa será composta pelo Deic e DHPP, contando com policiais que possuem informantes no crime organizado, colaborando na resolução do caso.
Ruy, que esteve envolvido na prisão de Marcola e no combate ao PCC por mais de duas décadas, foi alvo de criminosos conforme registros das câmeras de segurança. A perseguição culminou na emboscada fatal, demonstrando a audácia do crime organizado. Marcio Christino, ex-promotor que atuou ao lado de Ruy contra facções criminosas, expressou estar em choque com a tragédia.
O ex-delegado-geral liderou a Polícia Civil paulista de 2019 a 2022, sendo indicado pelo ex-governador João Doria. Com vasta experiência em diferentes departamentos policiais, Ruy foi reconhecido pelo seu enfrentamento ao PCC. Sua atuação contra a facção foi mencionada no livro “Laços de Sangue: A História Secreta do PCC”, escrito por Christino e o jornalista Claudio Tognolli.
Ruy, formado em direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, destacou-se por sua dedicação no combate ao crime organizado. Em 2006, sua equipe indiciou Marcola e a cúpula do PCC, sofrendo ameaças em razão de suas ações. A execução do ex-delegado-geral ressalta a ousadia do crime organizado e a fragilidade do controle estatal diante do poderio criminoso.
Em meio a um cenário de violência e impunidade, as autoridades seguem empenhadas na elucidação do caso de Ruy Fontes. O legado deixado pelo ex-delegado-geral e sua atuação incansável contra o crime representam um importante capítulo na história da segurança pública em São Paulo. A brutalidade de seu assassinato serve como alerta para a constante luta contra o crime organizado.