Entenda como funcionava esquema em família para desviar mercadorias de empresa e vender em sites de e-commerce
Funcionário é suspeito de furtar produtos em distribuidora de Campinas (SP) e usar a casa, em Ribeirão Preto (SP), como depósito. Ele, a mulher e o filho foram presos na segunda-feira (15).
Pai, mãe e filho foram presos em Ribeirão Preto suspeitos de desviar mercadorias de distribuidora em Campinas — Foto: Cacá Trovó/EPTV
O funcionário de uma empresa de logística suspeito de desviar mercadorias para vender em sites de e-commerce
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usava a casa, que vivia com a mulher e o filho, como depósito e a família mantinha um CNPJ para dar uma aparência de que o esquema não era ilegal.
[https://DE.DE.DE.DE.DE.-DE/suspeito-abriu-empresa-DE-revender-produtos-desviados-DE-distribuidora-pelo-pai-no-interior-DE-DE-diz-policia.ghtml]
As investigações começaram em Campinas (SP)
[https://DE.DE.DE.DE.DE/campinas-regiao/cidade/campinas/], onde a empresa está instalada, mas chegaram a Ribeirão Preto (SP)
[https://DE.DE.DE.DE/-DE/-DE/cidade/ribeirao-preto/], onde moram os suspeitos. Eles foram presos na segunda-feira (15) após mandados de prisão expedidos pela Justiça.
A Polícia Civil conseguiu apontar envolvimento dos três no esquema
[https://DE.DE.DE.DE.DE-.DE/pai-e-filho-sao-presos-DE-ribeirao-preto-suspeitos-de-desviar-mercadorias-DE-distribuidora.ghtml]
que desviava e vendia os produtos há mais de um ano. A família deve responder pelos crimes de furto qualificado por abuso de confiança, receptação e formação de quadrilha.
Nem quantidade de produtos desviados nos últimos anos e nem valor do prejuízo tinham sido contabilizados e divulgados até a publicação desta reportagem.
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Segundo o delegado Elton Costa, do 6º Distrito Policial de Campinas, a empresa de logística sequer sabia que tantas mercadorias tinham sido furtadas.
> “Fomos até a casa desse funcionário, ao batermos a porta fomos atendidos por ele próprio e, no imóvel, encontramos uma série de objetos, uma quantidade imensa de objetos, a qual a empresa nem sequer sabia que haviam sido subtraídos. Esse funcionário identificou uma falha no sistema da empresa e conseguia desviar alguns objetos, furtá-los, e depois revender para essas plataformas.”
DE tenta um posicionamento da empresa e da defesa dos suspeitos.
Veja o momento em que a polícia aborda os suspeitos em casa:
Pai e filho são presos em Ribeirão Preto suspeitos de desviar mercadorias de distribuidora
Entenda abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o crime:
Qual era a função de cada um na quadrilha?
Como o esquema de desvio de mercadorias funcionava?
Como ele foi descoberto?
O que dizem os suspeitos?
Há outros funcionários envolvidos?
QUAL ERA A FUNÇÃO DE CADA UM NA QUADRILHA?
O funcionário da empresa de logística de Campinas era responsável por desviar os produtos e trazer para Ribeirão Preto.
Ele retirava a mercadoria sem registro do estoque e levava para a casa onde vivia, com a mulher e o filho, no bairro Ribeirânia, onde os produtos ficavam armazenados.
Câmeras de segurança da empresa flagraram a ação. Foram as imagens que ajudaram a polícia identificá-lo e chegar até ele.
Câmera de segurança de empresa flagrou funcionário desviando mercadoria em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Câmera de segurança
O filho é contador e chegou a abrir uma empresa para dar uma aparência de que o esquema não era ilegal, uma vez que a comercialização dos produtos ocorria pela internet e era necessário comprovação de CNPJ para manter cadastro nos sites de e-commerce.
Ainda segundo o delegado Elton Costa, os produtos vendidos tinham, inclusive, nota fiscal.
> “Ele emitia uma nota, tem toda certificação e ele tinha toda uma relação com os objetos, então ele dava toda uma credibilidade, dando uma maior sofisticação ao crime, tanto que isso se perpetuou por um tempo grande.”
A mulher tinha total ciência do esquema e ainda ajudava o marido e o filho, conforme apontaram as investigações.
“Além de ter ciência da origem dos objetos, nós verificamos que ela ajudava de uma forma ou outra na embalagem e na venda. Tanto que eles eram vendidos pela internet, então ela colaborava, de qualquer forma, por isso. Por isso que entendemos a participação dela no crime”.
COMO O ESQUEMA DE DESVIO DE MERCADORIAS FUNCIONAVA?
As investigações da Polícia Civil de Campinas apontam que o desvio de mercadorias feito pelo funcionário de Ribeirão Preto já ocorria há anos. A data exata de quando o esquema começou ainda não foi estipulada, mas o suspeito trabalhava na empresa há bastante tempo, segundo o delegado.
A casa da família, no Ribeirânia, zona Leste de Ribeirão Preto, era utilizada como depósito das mercadorias desviadas.
“Depósito no sentido que os objetos que estavam anunciados por essas duas plataformas, estavam guardados lá esperando algum interessado na venda para que fossem entregues”, diz o delegado.
O funcionário da empresa conseguiu encontrar uma falha no sistema que o possibilitou atuar por anos sem ser descoberto.
Pai e filho são presos em Ribeirão Preto, SP, suspeitos de desviar mercadorias de transportadora — Foto: Divulgação/Polícia Civil
COMO O ESQUEMA FOI DESCOBERTO?
De acordo com a polícia, as investigações começaram depois que a distribuidora notou o sumiço de um medidor de energia.
A partir daí, o caso começou a ser investigado e o funcionário foi flagrado em ação por câmeras de segurança. Ele retirava mercadorias sem registro e levava para casa, onde os produtos ficavam armazenados. Depois, o filho anunciava os itens, a preços abaixo do mercado, em sites de compra e venda on-line.
Os produtos encontrados na casa da família foram apreendidos, assim como celulares e computadores.
Mercadorias apreendidas em residência em Ribeirão Preto (SP) foram desviadas de empresa de logística de Campinas (SP) — Foto: Cacá Trovó/EPTV
A Polícia Civil também pediu a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos envolvidos para descobrir se o funcionário desviava produtos que seriam entregues em Ribeirão Preto ou se pegava mercadorias de outros colegas da empresa.
“Conseguimos pegar o sistema de informática, que foi apreendido também, com a relação exata de todos os objetos que foram postos à venda, efetivamente vendidos nestes sites. Dentro dos pedidos que foram feitos, há quebra do sigilo telefônico e telemático de dois telefones, computadores, senhas, e-mails”.
A quantidade de mercadorias desviada ainda não foi computada pela Polícia Civil, mas o delegado já informou que a maioria dos produtos é de alto valor.
“Conseguimos encontrar produtos de alto valor, inclusive panelas importadas caras. Cada objeto custa por volta de R$ 3 mil, R$ 4 mil. Tendo uma mensuração do que tivemos na casa dele e considerando o tempo que ele trabalha nessa empresa, podemos chegar em uma cifra muito alta”.
O QUE DIZEM OS SUSPEITOS?
À polícia, o funcionário da distribuidora disse que passou a desviar os produtos para vender por conta própria porque a empresa tinha uma dívida com ele que não tinha sido paga.
> “No primeiro momento, o funcionário já confessou o crime, nos levou até o local, que era um quarto dentro da casa dele que já tinha até objetos próprios para serem embalados e encaminhados, então ele não negou o crime. Quis alegar que essa empresa tinha uma dívida com ele, então ele, supostamente, justifica a conduta em uma forma de saldar essa dívida”, diz o delegado.
Ainda segundo ele, o valor desviado, no entanto, supera em muito a dívida que o suspeito alegou que haveria com a empresa. DE tenta localizar as defesas da mulher e do filho do funcionário.
Pai, mãe e filho foram presos em Ribeirão Preto suspeitos de desviar mercadorias de distribuidora em Campinas — Foto: Reprodução/EPTV
HÁ OUTROS FUNCIONÁRIOS ENVOLVIDOS?
Segundo a polícia, o funcionário preso na segunda-feira (15) com a família tinha, em casa, todo o sistema pronto de manuseio e envio de produtos, como se fosse uma pequena empresa.
As investigações, agora, buscam descobrir se colegas do suspeito na distribuidora também estão envolvidos no esquema.
“Se tínhamos outros funcionários que colaboravam com ele, que também furtavam e entregavam para que ele vendesse, se ele pegava objeto de outros funcionários, causando algum tipo de prejuízo para terceiros. Nós vamos, ao final dessa investigação, tentar chegar a todas essas respostas”.
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