Homens desaparecidos depois de cobrança de dívida no PR: quais foram os avanços
da investigação após achado da picape das vítimas
Desde que carro das vítimas foi encontrado, polícia localizou pistas. Alencar
Gonçalves de Souza, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e
Diego Henrique Afonso estão desaparecidos desde o dia 5 de agosto.
1 de 5 Diego Henrique Da esqueda para a direita, Afonso, Robishley, Rafael e
Alencar. — Foto: Reprodução
Diego Henrique Da esqueda para a direita, Afonso, Robishley, Rafael e Alencar. —
Foto: Reprodução
Em cinco dias, o desaparecimento de quatro homens que foram cobrar uma dívida
ganhou desdobramentos que, de acordo com a Polícia Civil (PC-PR), estão ajudando
na investigação. Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi,
Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza estão desaparecidos há 42
dias. Eles foram vistos pela última vez em Icaraíma, no noroeste do Paraná.
Na sexta-feira (12), a picape das vítimas foi encontrado dentro de um bunker –
estrutura subterrânea. Segundo a Polícia Militar (PM-PR), o veículo foi
enterrado a 9 quilômetros da propriedade dos suspeitos de envolvimento no
desaparecimento das vítimas.
Quando a picape foi desenterrada, na madrugada de sábado (13), a PM informou que
foram encontrados vestígios de sangue e marcas de disparos de arma de fogo
na lataria e no para-brisa.
VEJA COMO FICOU CARRO DE HOMENS QUE SAÍRAM DE SP PARA COBRAR DÍVIDAS NO PR
Veículo foi encontrado em enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no
noroeste do Paraná. Veículo foi encontrado em enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no
noroeste do Paraná. Veículo foi encontrado em enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no
noroeste do Paraná. Veículo foi encontrado em enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no
noroeste do Paraná. Veículo foi encontrado em enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no
noroeste do Paraná.
No sábado (13), o coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança
Pública (Sesp) do Paraná, confirmou ao DE que uma carta anônima e um informante
ajudaram a PM a localizar a picape das vítimas.
A carta diz que “os corpos dos homem [sic] estão no sítio […], Estrada da
Jundiá na Mata do Tenente dentro do carro enterrado. O sítio é a 500 metros [sic]
da igrejinha a esquerda. Eu investiguei um suspeito e ele me falou”.
2 de 5 Carta deixada em frente à casa do pai de uma das vítimas. — Foto:
Reprodução
Carta deixada em frente à casa do pai de uma das vítimas. — Foto: Reprodução
Durante as buscas pelas vítimas na região, duas munições de calibre 9 milímetros
foram encontradas na tarde de domingo (14). As balas estavam na propriedade
vendida por uma das vítimas para os suspeitos, localizada próximo de onde o
carro dos desaparecidos foi encontrado.
Desaparecidos após cobrança de dívida: delegado fala sobre munições encontradas
Entre sexta e domingo, as forças de segurança também divulgaram que dois objetos
que colaboram com a investigação foram encontrados. Entretanto, a polícia não
explicou o que são e como foram encontrados.
Nesta terça-feira, não foram compartilhadas novidades sobre o caso.
RELEMBRE O CASO
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso
viajaram no dia 4 de agosto, de São José do Rio Preto, em São Paulo, para cobrar uma dívida em Icaraíma, no Paraná.
A investigação da polícia apurou que eles foram contratados por Alencar, que se
juntou ao grupo quando todos chegaram à cidade. A polícia acredita que eles foram, ainda no dia 4 de agosto, até o distrito de Vila Rica do
Ivaí para cobrar o devedor. Depois desse primeiro contato, eles combinaram voltar no dia seguinte.
No dia 5 de agosto, os quatro aparecem conversando no balcão de uma panificadora
de Icaraíma, por volta das 10h. Eles deixaram de responder às famílias por volta
das 12h.
3 de 5 Infográfico – Quatro homens desapareceram após viagem para cobrar dívida
no PR — Foto: Arte/de
Infográfico – Quatro homens desapareceram após viagem para cobrar dívida no PR —
Foto: Arte/de
O registro da câmera de segurança do comércio é o último divulgado.
Na quarta-feira (6), a esposa de Robishley procurou a polícia do estado de São
Paulo para relatar o desaparecimento do marido e dos dois amigos que viajaram
com ele.
QUEM SÃO OS SUSPEITOS?
No dia 6 de agosto, a polícia foi até a propriedade no distrito de Vila Rica do
Ivaí onde os quatro haviam visitado para a cobrança da dívida. No local, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo receberam a equipe e foram levados à delegacia.
> “Eles [Antonio e Paulo] confirmaram que havia um negócio envolvendo a compra e
> venda de uma propriedade rural entre Alencar e dois parentes deles, mas
> disseram que não tinham relação direta com a dívida”, explicou o delegado
> Gabriel Menezes.
Pai e filho passaram a ser suspeitos depois que deixaram a propriedade assim
que foram liberados da delegacia. Desde então, eles não foram mais encontrados e
mandados de prisão temporária contra eles foram expedidos.
Com o avanço da investigação, foi estabelecida a suspeita de que eles tenham
participado de uma emboscada, no momento em que os quatro homens foram fazer a
cobrança. Os detalhes sobre esta apuração não foram compartilhados.
Segundo a Polícia Civil, Antonio possui antecedente criminal por posse ilegal de
arma de fogo. Paulo não tem passagens pela polícia.
O advogado Renan Farah, que atua na defesa dos suspeitos, nega envolvimento dos
dois no desaparecimento. Ele afirma que os dois saíram da cidade por medo.
Além disso, todas os familiares que moravam no local com eles desapareceram.
Eles também são investigados, porém, os nomes não foram divulgados.
QUAL ERA A DÍVIDA A SER COBRADA?
Conforme a polícia, a família de Antonio e Paulo comprou uma propriedade rural
de Alencar por R$ 255 mil.
O delegado Gabriel Menezes informou que Alencar, que é morador de Icaraíma,
vendeu a propriedade para a família e dividiu o pagamento em dez notas
promissórias de R$ 25 mil cada.
Contudo, nenhuma parcela deste valor foi paga, e esta seria a cobrança que
Robishley, Rafael e Diego foram contratados para fazer.
O delegado também disse que familiares dos desaparecidos informaram que os três
homens trabalham com cobrança de dívidas há cerca de 13 anos.
Anteriormente, a esposa de uma das vítimas declarou no registro do boletim de
ocorrência do desaparecimento que o valor da dívida seria de R$ 1 milhão. Outras
pessoas ouvidas pelas autoridades disseram que o valor real seria de R$ 100 mil.
Entretanto, somente o valor de R$ 255 mil foi confirmado durante a investigação.