Mulheres dormem em porta de hospital por falta de vagas para consulta ginecológica no DF

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Mulheres dormem em porta de hospital no DF para tentar consulta na ginecologia; veja vídeo
Pacientes relatam que chegaram ao Hospital Regional do Gama por volta das 21h de segunda-feira (15); às 8h, muitas ainda aguardavam. Placa informava 32 vagas de consultas.

Dezenas de mulheres passaram a madrugada dormindo na porta do Hospital Regional do Gama, no Distrito Federal, entre segunda (15) e terça-feira (16) em busca de uma consulta com ginecologista.

Ouvidas pela TV Globo, elas informaram que chegaram à unidade de saúde por volta das 21h de segunda. Às 8h desta terça, muitas ainda aguardavam atendimento.

Pacientes relataram também que buscam atendimento há dias – e que, todas as vezes, voltaram para casa sem conseguir a marcação.

Em cartazes na fachada, o hospital informava que havia apenas 32 vagas para atendimento na ginecologia.

Avisos no Hospital Regional do Gama informam poucas vagas para consultas ginecológicas — Foto: TV Globo/Reprodução

Em nota enviada ao DE na tarde desta terça, a Secretaria de Saúde do DF informou que:
o hospital do Gama faz, em média, 172 consultas ambulatoriais e 500 a 700 atendimentos de pronto-socorro por dia;
a unidade ofereceu “cerca de 500 consultas em ginecologia” em agosto, mas o número caiu para 378 neste mês porque médicos se aposentaram.
“A Secretaria ressalta que a prioridade tem sido manter a assistência no pronto-socorro, o que impacta na quantidade de consultas ambulatoriais disponíveis”, diz a pasta.

PACIENTE COM CÂNCER AGUARDA ATENDIMENTO HÁ MAIS DE 2 MESES

No Hospital de Base, principal unidade de saúde do DF, a demora também incomoda os pacientes – que relatam problemas como falta de médicos, equipamentos, medicamentos, leitos e até de material para realização de exames.

A paciente Míria Batista dos Santos é um exemplo desse cenário. Diagnosticada com câncer de mama, ela precisa de um único exame, a biópsia imuno-histoquímica, para fazer a retirada da mama.

Míria Batista relatou nesta terça-feira (16) à TV Globo que aguardava há mais de dois meses para conseguir realizar o procedimento no Hospital de Base. A unidade, por sua vez, não dava qualquer previsão de data.

A paciente chegou a tentar a liberação do material da biópsia para pedir a análise e a cirurgia na rede privada. O pedido foi negado pelo Hospital de Base.

Nesse tempo de espera, o tumor de Míria cresceu mais 4 centímetros.

Em nota nesta terça-feira, o Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (Iges-DF), responsável pela gestão do Hospital de Base, informou que o exame ficou pronto na segunda. E que estava disponível para a consulta do médico de Míria.

O instituto não explicou por que Míria ainda não tinha sido informada desse resultado.

LISTA DE ESPERA PARA ATENDIMENTOS NO DF

O Distrito Federal enfrenta uma fila que ultrapassa 320 mil agendamentos de exames e consultas na rede pública, com tempo médio de espera de cinco meses.

Já para cirurgias eletivas, são 16.310 solicitações, cujo tempo de espera ultrapassa seis meses.

Segundo dados do Mapa Social da Saúde, do Ministério Público do DF, a maioria dos casos é considerada de alto risco.

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