Pesquisa DE: 41% são contra anistia, 36% são a favor para todos, incluindo Bolsonaro;
e 10%, só para manifestantes do 8/1
Uma pesquisa realizada pela Quaest e divulgada nesta terça-feira (16) aponta que 41% dos brasileiros são contra a possibilidade de anistia para envolvidos na tentativa de golpe de estado após a eleição presidencial de 2022. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos. O levantamento revela ainda que 36% são a favor da anistia para todos os envolvidos, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, 10% defendem a anistia apenas para os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
Questionados sobre a opinião em relação à possibilidade de anistia, os entrevistados apresentaram os seguintes números: 41% são contra a anistia, 36% são a favor da anistia para todos, incluindo Bolsonaro, 10% são a favor da anistia apenas para os manifestantes do 8 de janeiro e 13% não sabem ou não responderam.
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos, com um nível de confiança de 95%.
Em relação ao posicionamento político dos entrevistados, os resultados variam. Entre os que se declaram lulistas, 58% são contra a anistia, 22% são a favor para todos, incluindo Bolsonaro, 8% são a favor apenas para os manifestantes do 8 de janeiro e 12% não souberam ou não responderam. Já entre os que se declaram de esquerda e não são lulistas, 73% são contra, 13% a favor para todos, 4% apenas para manifestantes do 8 de janeiro, e 10% não responderam.
Quanto à divisão por região, moradores do Nordeste (44%) são os mais contrários à anistia, seguidos de Sudeste (42%), Centro-Oeste/Norte (40%) e Sul (35%). O maior apoio à anistia para todos, incluindo Bolsonaro, vem do Centro-Oeste/Norte (42%) e Sul (42%), seguidos de Sudeste (36%) e Nordeste (28%).
No que diz respeito ao gênero, as mulheres são mais contrárias à anistia (40%), enquanto 32% defendem o perdão para todos os envolvidos e 9% apenas para os manifestantes do 8 de janeiro. Já os homens apresentam um empate técnico entre contrariedade à anistia (42%) e apoio à anistia para todos (40%), com 10% apoiando o perdão apenas aos ligados ao 8 de janeiro.
Em relação à idade, a recusa à anistia é maioria em todas as faixas etárias, com 41% entre 16 a 34 anos e 42% tanto para o grupo de 35 a 59 anos, quanto para quem tem 60 anos ou mais. Os favoráveis a livrar todos são 37% de 35 a 59 anos e com 60 anos ou mais, e 33% de 16 a 34 anos. O apoio para anistia ao 8 de janeiro é de 12% entre os mais jovens, 9% nas idades intermediárias e 5% nos mais velhos.
Em relação à escolaridade, são contrários a anistiar envolvidos na tentativa de golpe de estado 45% das pessoas com ensino superior completo, 41% dos que têm até o ensino fundamental e 39% de quem concluiu o ensino médio. Já o perdão para todos é defendido por 41% dos mais escolarizados, 37% de quem estudou até o ensino médio e 31% de quem tem até o fundamental. A medida exclusiva para envolvidos no 8 de janeiro é defendida por 12% dos que se formaram no ensino médio e 8% tanto pelos menos quanto pelos mais escolarizados.
Por fim, em relação à renda, 43% daqueles que têm renda familiar de até 2 salários mínimos são contra a anistia, enquanto 40% tanto de quem tem renda de 2 a 5 salários, quanto de quem tem mais de 5 salários mínimos apoiam a punição. Defendem anistiar todos 43% de quem tem renda de 5 salários ou mais, 37% de quem ganha de 2 a 5 salários e 29% dos que recebem até 2 salários. O apoio a livrar de penas envolvidos no 8 de janeiro é de 10% entre quem ganha até 2 salários e de 2 a 5 salários mínimos, enquanto é de 9% entre quem tem renda de 5 salários ou mais.
Entre os religiosos, 43% dos católicos e 33% dos evangélicos são contrários à anistia, enquanto 40% dos evangélicos e 37% dos católicos apoiam a anistia para todos. Por outro lado, 11% dos evangélicos e 8% dos católicos são a favor apenas para pessoas ligadas ao 8 de janeiro. Contudo, independente das posições e crenças, o debate em torno da anistia é crucial para a sociedade e a democracia brasileira.