Sheik: chefe da maior quadrilha de tráfico de animais silvestres preso no RJ

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Quem é Sheik, apontado como chefe da maior quadrilha de tráfico de animais
silvestres do RJ

Criminoso tem como base a Feira de Caxias, na Baixada. A partir de sua prisão,
polícia deu início à investigação que levou à maior operação já feita, segundo a
polícia, contra o tráfico de animais.

Leandro de Jesus, conhecido como Sheik — Foto: Reprodução

O traficante Leandro de Jesus, conhecido como o Sheik, é apontado por policiais
da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Polícia Civil do Rio de
Janeiro, como o maior vendedor de animais silvestres do estado.

A partir de sua prisão, em 2024, é que os investigadores da polícia começaram a
desvendar a atuação dessa quadrilha.

Nesta terça-feira (16), a Polícia Civil do RJ prendeu 47 pessoas, algumas em
flagrante, na Operação São Francisco, contra o tráfico de animais silvestres. A instituição considera esta “a maior
operação da história do Brasil” no segmento. Mais de 800 bichos foram
resgatados.

Segundo a polícia, Sheik é o chefe da quadrilha. A área de atuação do criminoso
é a Feira de Caxias, na Baixada Fluminense.

Sheik chegou a ser flagrado pela TV Globo em uma reportagem sobre a venda de
animais silvestres na Feira de Caxias. Sheik está de boné e com uma camisa
vermelha, do Bayern de Munique, da Alemanha. (veja no vídeo abaixo).

Aves, ouriços e répteis são vendidos sem fiscalização na Feira de Duque de
Caxias

Os investigadores dizem que o grupo de Sheik tinha o apoio do tráfico de drogas
para o fornecimento de armas e munição.

Em sua ficha criminal, Sheik tem uma série de passagens por portes de arma de
fogo, envolvimento com o tráfico de animais e até em um homicídio.

O crime ocorreu no interior da favela do Lixão, onde a vítima, Adail Gomes Neto,
foi submetida a um “tribunal do tráfico de drogas”. A investigação da Delegacia
de Homicídios da Baixada Fluminense concluiu que Adail foi morto a tiros tendo
como executores Sheik e seu irmão, Edson de Jesus, conhecido como Zangado.

Zangado está foragido.

Em 17 de novembro de 2024, a DPMA realizou uma operação na Feira de Caxias, onde
prendeu Sheik. A partir daí, as investigações levaram a intensas transações
bancárias do criminoso com fornecedores, assim como o recebimento, via PIX, de
pagamentos a receptadores e varejistas.

Essa movimentação financeira permitiu que a polícia identificasse expressivo
número de integrantes da organização criminosa. Muitos desses investigados que
foram identificados possuem, segundo os policiais, reincidência em delitos
contra a fauna e flora.

Na ação desta terça-feira (16) também foi apreendida uma granada, um fuzil, uma
pistola, munição e um cinto-bomba (cinto com explosivos). Cerca de mil agentes
saíram para cumprir 45 mandados de prisão preventiva e 275 de busca e apreensão
em todas as regiões do estado, mais São Paulo e Minas Gerais.

Duas pessoas foram baleadas. Um suspeito foi atingido em uma troca de tiros e
está internado em estado grave. Uma policial civil também foi atingida na perna
durante um ataque de criminosos na comunidade da Mangueira, na Zona Norte do
Rio. O estado de saúde dela é considerado estável.

Um dos alvos de busca é o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva,
TH Joias, preso em outra operação — ele teria comprado 4 macacos.

A organização criminosa operava por meio de diversos segmentos:

Caçadores (mateiros): realizavam a captura em larga escala.
Atravessadores: transportavam os animais até os centros urbanos.
Falsificadores: produziam documentos e selos públicos falsos para “esquentar”
a origem dos animais.
Núcleo de armas: fornecia armamento e munições para a proteção das atividades
ilegais.
Consumidores finais: foram identificados diversos compradores que alimentavam
o mercado clandestino.

A investigação também revelou a relação entre o tráfico de animais e o tráfico
de drogas, com feiras clandestinas como as da Pavuna e Duque de Caxias como
pontos de venda.

“A gente identificou um grupo ligado ao tráfico de drogas que fornece armas e
munição em larga escala. Esse núcleo teve algumas prisões hoje. Um deles é
apontado como um latrocida contumaz, demonstrando que o tráfico de animais e o
tráfico de drogas estão na mesma organização criminosa”, explicou o delegado
André Prates.

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