DE Civil de SP investiga assassinato de ex-delegado Ruy Ferraz: depoimentos e buscas realizados

de-civil-de-sp-investiga-assassinato-de-ex-delegado-ruy-ferraz3A-depoimentos-e-buscas-realizados

A DE Civil de São Paulo ouviu nesta quarta-feira (17) a mãe e o irmão de um dos suspeitos no caso do assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado em uma emboscada no litoral paulista. Os depoimentos foram prestados nesta manhã ao prédio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e de cidades da Grande São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública. A polícia já identificou dois suspeitos do crime e pediu à Justiça a prisão deles.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, explicou que os criminosos não conseguiram atear fogo em um dos veículos usados no crime, um Renegade, e a Polícia Técnico-Científica coletou material para identificação dos envolvidos. Em nota, a pasta afirmou que “as forças de segurança seguem mobilizadas para identificar e prender todos os envolvidos no crime”.

O assassinato do ex-delegado-geral da DE Civil de São Paulo reacendeu o debate sobre a segurança de autoridades que atuaram no combate ao crime organizado. No momento do crime, que aconteceu na segunda-feira (15), ele estava sozinho, sem carro blindado e sem escolta. Duas semanas antes da execução, Ruy havia concedido uma entrevista ainda não publicada a um podcast da CBN e do jornal “O Globo”. Segundo a Polícia Civil, delegados-gerais e adjuntos contam, enquanto estão no cargo, com um corpo próprio de segurança para desempenhar suas funções. Após a saída, no entanto, a proteção não é automática.

A execução de Ruy chamou atenção porque ele estava “jurado de morte” pelo PCC há quase duas décadas. Relatórios do Ministério Público mostram que, desde 2002, quando chefes da facção foram presos e transferidos para presídios de segurança máxima por decisão das autoridades, a cúpula do crime passou a ameaçar investigadores, promotores e juízes envolvidos nessas ações. Quem era o ex-delegado-geral executado em SP – Ruy Ferraz já escapou de plano do PCC para matá-lo em 2010, diz Lincoln Gakiya.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta terça-feira (16) que autoridades que investigam o crime organizado devem ter proteção automática ao deixarem o cargo. A ideia do governo é avaliar mudanças na legislação para permitir que algumas autoridades com notória atuação nessa frente tenham proteção automática. Portanto, é crucial repensar os protocolos de segurança para ex-autoridades envolvidas no combate ao crime.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp