Comissão do Senado aprova venda de remédios em supermercados
Texto, que deve ir à Câmara, permite comercializar medicamentos controlados e proíbe exposição em gôndolas comuns. Proposta foi defendida pelo setor e pelo ministro da Saúde.
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) uma proposta que autoriza a venda de medicamentos e a instalação de farmácias dentro de supermercados.
Demanda antiga do setor, o texto estabelece regras para o comércio de remédios no varejo, como a criação de espaços separados e a obrigação da presença física de farmacêuticos.
Por questões regimentais, o projeto foi submetido a dois turnos de votação. No primeiro escrutínio, o placar foi de 13 votos favoráveis a 0. No segundo, a votação foi simbólica.
Com a aprovação, a proposta poderá ser enviada diretamente para a Câmara dos Deputados, desde que não haja recurso para votação no plenário do Senado. Para se tornar lei, depois de passar pelos deputados, a proposta ainda terá de ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto permite a venda de medicamentos em supermercados, desde que haja um ambiente específico e exclusivo para a operação de uma farmácia. Para funcionar, o espaço precisará seguir todas as normas de vigilância sanitária e ter um farmacêutico em tempo integral.
Os supermercados terão permissão para vender quaisquer tipos de medicamentos — dos sem prescrição aos de controle especial.
O projeto também estabelece que os remédios não poderão ser ofertados em gôndolas comuns ou junto a outros tipos de produtos; e as farmácias poderão ser próprias do supermercado ou operadas por uma drogaria licenciada.
A autorização para venda de medicamentos é uma defesa antiga de entidades que representam supermercados e atacadistas.
A demanda foi ganhando corpo, segundo empresários, à medida que farmácias passaram a vender, com aval de leis estaduais, itens antes destinados aos mercados.
Para os varejistas, além de reagir ao avanço das farmácias sobre o setor, a venda de medicamentos nos supermercados também traz outros benefícios.
Os argumentos — reverberados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha — são de que a medida ampliará o acesso da população a remédios e poderá levar a uma redução de preços.