A empresa Serra Negra Empreendimentos Imobiliários Ltda, localizada na Avenida Rio Branco, no Centro de Juiz de Fora, está no centro das investigações da Operação Rejeito, conduzida pela Polícia Federal, que visa desvendar um esquema bilionário envolvendo crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no ramo da mineração. A operação resultou na emissão de 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão, abrangendo diversas regiões de Minas Gerais, incluindo Belo Horizonte.
Conforme dados disponíveis na Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), a Serra Negra Empreendimentos Imobiliários Ltda foi fundada em março de 2021 e possui cinco sócios, um dos quais é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como o líder do esquema investigado pela Polícia Federal e também proprietário de outras empresas envolvidas na rede de corrupção.
A empresa sediada em Juiz de Fora tem como foco principal a incorporação de empreendimentos imobiliários, juntamente com atividades que abrangem a construção, compra e venda, bem como o aluguel de imóveis próprios. O Diário do Estado tentou contato através do número de telefone listado no cadastro da Redesim, porém as tentativas foram sem sucesso até o momento. A equipe de reportagem está em busca da defesa de Alan Cavalcante do Nascimento para obter mais informações sobre o caso.
As investigações apontam que as empresas envolvidas possivelmente atuavam como fachadas para ocultar a origem ilegal dos recursos utilizados no esquema, incluindo o pagamento de propinas. A Polícia Federal executou um total de 22 prisões temporárias e 79 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras localidades de Minas Gerais, porém não divulgou se diligências foram realizadas na sede da empresa em Juiz de Fora ou em outros endereços relacionados.
O grupo suspeito de fraudar licenças ambientais para atividades ilegais de mineração teria realizado pagamentos de propina a agentes públicos em esferas federal e estadual visando obter autorizações para exploração de minério de ferro de forma irregular, inclusive em áreas protegidas, gerando sérios impactos ambientais e riscos à comunidade. Ademais, as investigações revelaram um esquema de lavagem de dinheiro operado por meio de empresas de fachada interligadas para dificultar o rastreamento dos recursos.
Além disso, o grupo sob investigação teria interferido em processos legislativos em Minas Gerais com o objetivo de frustrar a criação de unidades de conservação na região da Serra do Curral. A intenção era viabilizar suas operações por meio de práticas ilegais, conforme apontado pela PF. A complexidade do esquema, com quatro camadas de empresas sobrepostas, buscava dissimular a origem criminosa do dinheiro movimentado pela organização.
Abaixo, é possível conferir mais detalhes sobre o esquema de corrupção no setor de mineração e as ações desencadeadas pela Operação Rejeito, que revelou um cenário de crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo diversas empresas e agentes públicos em Minas Gerais. O Diário do Estado segue acompanhando os desdobramentos dessa investigação em Juiz de Fora e demais regiões do estado.