Governo exonera presidente do Iepha após operação da PF em esquema de corrupção na mineração

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Governo exonera presidente do Iepha após operação que investiga esquema bilionário de corrupção na mineração

João Paulo Martins foi retirado do cargo após ser citado na Operação Rejeito, que investiga fraudes bilionárias em licenças de mineração em Minas Gerais. O chefe de gabinete dele também foi exonerado, conforme publicação do Diário Oficial do Estado.

Presidente do Iepha é exonerado após ser citado em operação da PF

O presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), João Paulo Martins e o chefe de gabinete dele Daniel Silva Queiroga, foram exonerados dos cargos, nesta quarta-feira (17). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado e ocorre após o nome de Martins aparecer entre os alvos da Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um esquema de corrupção bilionário no setor de mineração em Minas Gerais. Edwilson Martins foi designado para responder interinamente pela presidência do Iepha.

QUEM É JOÃO PAULO MARTINS

João Paulo Martins é historiador, arquiteto e urbanista e estava no cargo desde maio de 2024. Segundo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, João Paulo era servidor de carreira do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde atuou como coordenador técnico da Superintendência em Minas Gerais. Também foi chefe do Escritório Técnico do Iphan em Mariana (MG), cidade histórica fortemente impactada pelo rompimento da barragem da Samarco em 2015. É graduado em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e é mestre em História e Culturas Políticas pela UFMG. Ao longo de sua trajetória profissional, acumulou experiência nas áreas de patrimônio imaterial, política cultural, pesquisa e gestão do patrimônio cultural, além de atuar com política urbana e legislação urbanística e regional.

O QUE DIZ O GOVERNO DE MINAS GERAIS

Em nota, o governo de Minas afirmou que “não compactua com desvios de conduta de servidores” e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos. Informou, ainda, que ilícitos que possam ter influenciado decisões do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) poderão ser revistos. A atual gestão declarou que segue colaborando com as autoridades para “garantir a apuração idônea dos fatos e a punição exemplar dos responsáveis”.

OPERAÇÃO REJEITO

A Operação Rejeito investiga um esquema de concessão fraudulenta de licenças ambientais e favorecimento a empresas mineradoras mediante pagamento de propina. De acordo com a decisão da Justiça Federal, a organização criminosa atua em Minas desde pelo menos 2020 e envolvia servidores da Feam, IEF, Semad e outros órgãos ambientais. Na terça-feira (16), Delfim chegou a representar o governo mineiro em uma audiência pública sobre mudanças no licenciamento ambiental para o setor agropecuário. Um dia depois, ele foi preso pela Polícia Federal.

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