David Letterman, ex-apresentador do Late Show, se pronunciou, nesta quinta-feira (18), sobre a suspensão do programa de Jimmy Kimmel durante a participação no evento jornalístico The Atlantic Festival. Na segunda-feira (15), Kimmel fez comentários sobre o acusado de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk.
“Eu me sinto mal com isso porque todos nós vemos onde isso vai parar, certo? É mídia controlada. E não é bom. É tolo. É ridículo,” disse Letterman. “E você não pode sair por aí demitindo alguém porque está com medo ou tentando bajular uma administração autoritária, criminosa, na Casa Branca. Simplesmente não é assim que isso funciona”, falou.
Charlie Kirk foi assassinado durante um evento na Universidade Utah Valley na quarta-feira (10). Ele se apresentava como conservador, alinhado ao movimento Make America Great Again (MAGA) e era considerado um aliado do presidente Donald Trump. Tyler Robinson foi preso na sexta (12) e indiciado por homicídio qualificado.
Em um monólogo na segunda-feira (15), Kimmel sugeriu que o acusado, Tyler Robinson, seria um republicano pró-Trump. “A turma do MAGA está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e fazendo de tudo para tirar proveito político disso”, disse, segundo a imprensa americana. “Entre uma acusação e outra, também houve luto.”
Na quarta-feira (17), a rede americana ABC afirmou que vai tirar do ar por tempo indeterminado o programa “Jimmy Kimmel Live!”. Andrew Alford, presidente da divisão de transmissão da Nexstar, responsável pela exibição do programa de Kimmel em afiliadas da ABC, classificou os comentários do apresentador como “ofensivos e insensíveis em um momento crítico do debate político nacional”.
Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, havia pedido que as emissoras locais parassem de transmitir o programa. Ele também ameaçou adotar “medidas” contra a ABC e a Disney. A repercussão do caso tem chamado atenção para os limites da liberdade de expressão e do debate político na mídia. David Letterman também criticou a situação, reforçando a importância de um ambiente midiático livre de influências autoritárias.
