Segundo Paulinho, liberar todos os envolvidos nos atos golpistas era um sonho dos bolsonaristas, porém, não será possível. O parlamentar destacou que o projeto em questão não trata mais de uma anistia ampla e irrestrita, se comprometendo a não confrontar o Supremo Tribunal Federal. A redução de penas é a alternativa escolhida para não entrar em confronto com as decisões passadas do STF. Paulinho acredita que a discussão sobre a anistia ao 8 de Janeiro gerou uma paralisia no país e no Congresso, e que o PL da Dosimetria poderá trazer a pacificação necessária para permitir que se retome a discussão de problemas reais que afetam o país.
O relator pretende definir os parâmetros do projeto a partir da semana que vem, após consultar os líderes de todas as bancadas da Câmara. O debate sobre o teor do projeto aconteceu em uma reunião com Michel Temer, Aécio Neves e Hugo Motta, na qual Temer dialogou com ministros do STF sobre o assunto, visando obter apoio para a proposta sem que haja afronta à Suprema Corte. A intenção principal não é fazer um acordo com o STF, mas sim garantir que a Corte esteja de acordo com o projeto. O relator busca finalizar o relatório do PL da Dosimetria até quarta-feira, 24, já que a tramitação do projeto na Câmara é em regime de urgência, acelerando o processo de análise sem a necessidade de passar por todas as etapas convencionais.
Paulinho enfatiza que o objetivo do projeto não é uma anistia geral, mas sim tratar a quantidade de penas aplicadas a cada pessoa envolvida nos atos golpistas de forma justa. Conversas com membros do STF ocorreram para garantir um alinhamento, porém, sem configurar um acordo político com a Corte. Ele enfatiza que o diálogo com as diferentes bancadas da Câmara é essencial para garantir uma abordagem equilibrada que beneficie a maioria dos envolvidos. A intenção é votar o projeto o quanto antes para pacificar e permitir que o Brasil retome a discussão de questões urgentes que estão paralisadas no Congresso.