Justiça manda prender 6º suspeito de participação no assassinato do ex-delegado-geral de SP
A pedido da Polícia Civil, a Justiça também decretou as prisões temporárias de outras cinco pessoas suspeitas de participação na morte de Ruy Ferraz.
Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado [https://s04.video.glbimg.com/x240/13936395.jpg]
A Justiça de São Paulo [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/cidade/sao-paulo/] decretou nesta sexta-feira (19) a prisão temporária do sexto suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz, ex-delegado-geral de São Paulo [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/cidade/sao-paulo/].
O suspeito é Rafael Dias Simões, de 43 anos. O de entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para obter mais detalhes e aguarda retorno.
A pasta já divulgou as fotos e os nomes das outras cinco pessoas identificadas por suspeita de participarem da execução. Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/16/ex-delegado-geral-de-sp-executado-no-litoral-disse-que-vivia-sem-protecao-ouca-audio.ghtml].
A pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou as prisões temporárias dos cinco suspeitos. Uma mulher e um homem já foram presos, e três homens estão foragidos e são procurados. Veja abaixo quem são eles:
1 de 3 Suspeitos de participação da morte do ex-delegado-geral de SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Suspeitos de participação da morte do ex-delegado-geral de SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil
* Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
* Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
* Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
* Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
* Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19).
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Além dos cinco suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido “Azul” ou “Colorido” [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/18/mascherano-e-azul-quem-sao-os-integrantes-do-pcc-citados-no-caso-da-morte-de-ex-delegado.ghtml], teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
2 de 3 Fernando Gonçalves dos Santos, o “Azul” ou “Colorido” — Foto: Reprodução
Fernando Gonçalves dos Santos, o “Azul” ou “Colorido” — Foto: Reprodução
Fernando é apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital na Baixada Santista. Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/15/quem-era-ruy-ferraz-delegado-assassinado-no-litoral-de-sp.ghtml].
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado. Ele, no entanto, disse na coletiva que a força-tarefa montada para esclarecer o caso vai apurar se há participação de agentes de segurança no crime [https://de.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/18/derrite-diz-nao-descartar-acao-de-policiais-e-gcms-na-execucao-de-ex-delegado-por-conta-da-postura-dos-atiradores-com-fuzil.ghtml].
Isso é um fato. A motivação é que ainda está em aberto.
— Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo
De acordo com Derrite, “a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande”.
As defesas dos suspeitos não foram localizadas pelo de. A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento.
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> O secretário explicou ainda que eles [parte dos suspeitos] foram identificados por meio de material genético encontrado em um dos carros abandonados pelos criminosos após a execução, mas que a polícia ainda não sabe qual a participação deles no assassinato. “Ainda é cedo para apontar qual o papel deles no crime”, afirmou Derrite.
Segundo a polícia, Felipe é de São Bernardo e tem antecedentes por roubo e tráfico de drogas. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, disse que a polícia ainda apura quantas pessoas tiveram participação no crime.
“Sobre quantas pessoas participaram, diretamente vocês viram, está nas imagens, mas indiretamente só com as investigações, que é a participação dessa [mulher] que já foi presa, que é pós crime – a retirada da arma do local”, afirmou.
Ao menos seis criminosos encapuzados participaram da execução de Ruy, conforme mostram as imagens das câmeras de segurança que gravaram o assassinato. Os bandidos fugiram em seguida. O DHPP ainda apura quem foi o mandate do crime e tenta identificar quem o matou.
INVESTIGAÇÃO
3 de 3 Polícia de São Paulo afirma que identificou dois suspeitos do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes — Foto: Reprodução/TV Globo
Polícia de São Paulo afirma que identificou dois suspeitos do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes — Foto: Reprodução/TV Globo
Equipes do DHPP, em conjunto com agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), estão à frente da força-tarefa para tentar esclarecer o caso. Na quarta-feira, a mãe e o irmão de um dos suspeitos foram ouvidos pela polícia. O teor dos depoimentos não foi divulgado.
Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e de cidades da Grande São Paulo.
* PCC tinha planos para matar ex-delegado, investigadores e promotores desde o início de 2000
Conheça as linhas de investigação do assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes [https://s04.video.glbimg.com/x240/13934955.jpg]