Adélia Domingues: a inspiradora jornada de uma idosa que venceu o analfabetismo aos 90 anos e lança livro sobre sua vida

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Construída em retalhos: como idosa venceu o analfabetismo aos 90 anos e lançou livro sobre a própria vida

Adélia Domingues aprendeu a ler e escrever na Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA) de Florianópolis, onde recebeu todo o suporte para publicar sua história.

Adélia Domingues é uma mulher de determinação, aos 90 anos ela realizou um sonho antigo: publicar um livro contando sua própria história. O livro intitulado “Construída em Retalhos” foi finalizado em menos de um ano após sua formatura na EJA da cidade de Florianópolis, onde ela adquiriu as habilidades de leitura e escrita.

O título do livro, “Construída em Retalhos”, faz alusão ao fuxico, uma técnica artesanal que combina pedaços de tecido para criar novas peças, algo que Adélia ama fazer. Nas 50 páginas do livro, são costurados fragmentos de sua vida, revelando suas experiências e memórias.

Adélia Domingues veio de uma família simples no Rio Grande do Sul, nascida em 1935, ela teve que interromper os estudos ainda na infância para ajudar em casa. Ao longo da vida, casou-se duas vezes, teve 11 filhos e trabalhou incansavelmente na cozinha e no comércio para sustentá-los.

Seu retorno à sala de aula foi motivado pelo desejo de colocar no papel sua trajetória de vida. Na EJA da Universidade Aberta para as Pessoas Idosas (Neti-Unapi), projeto gratuito da UFSC, encontrou professores dedicados a ajudá-la a concretizar esse sonho.

Adélia conseguiu publicar 150 cópias do livro, vendidas a R$ 35 cada, compartilhando sua história com o mundo. Mesmo com a renda vinda da aposentadoria e da venda de suas peças de fuxico, seu verdadeiro lucro é a sensação de superação e a inspiração que transmite a outras mulheres, incentivando-as a se desafiarem em novas atividades.

Atualmente, Adélia vive com seu neto e mantém uma vida ativa e produtiva. Além de vender suas artes em uma feira local e frequentar aulas de ginástica e teatro na UFSC, ela se dedica a garantir que o envelhecimento ativo não seja exceção. Aos olhos da psicóloga Ana Maria Justo, é fundamental integrar os idosos à sociedade, estimulando novos aprendizados e oportunidades de saúde e segurança ao longo da vida. É um processo contínuo de desenvolvimento pessoal que deve ser valorizado e incentivado.

Por meio de projetos como a EJA e a Neti-Unapi, Adélia e outras pessoas idosas têm a chance de participar de atividades diversificadas que promovem inclusão social, aprendizado contínuo e melhoria da qualidade de vida na terceira idade. A importância dessas políticas públicas reflete o cenário de envelhecimento populacional em Santa Catarina, reforçando a necessidade de preparar os idosos para um futuro com mais qualidade financeira, física e mental.

Ao compartilhar sua história e inspirar outras mulheres a se desafiarem, Dona Adélia reforça a importância do envelhecimento ativo e do constante aprendizado ao longo da vida. Sua jornada é um testemunho de superação e determinação, provando que nunca é tarde para realizar sonhos e impactar positivamente a sociedade.

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