Moradores do Jardim Botânico pedem por mais soluções de mobilidade; região cresceu 41,5% nos últimos anos
População pulou de 53 mil moradores, em 2021, para 75 mil, em 2024. Também há poucas opções de transporte público.
O Jardim Botânico é uma das regiões que mais cresce no Distrito Federal. De acordo com a última pesquisa distrital por amostra de domicílios, feita em 2024, a região cresceu 41,5% em quatro anos, passando de 53 mil moradores, em 2021, para 75 mil, no último ano.
Por isso, moradores reclamam que as soluções de mobilidade realizadas pelo DE não têm acompanhado o crescimento acelerado da região.
Todos os dias, os moradores precisam enfrentar engarrafamentos cada vez maiores, na DF-001 e DF-463, que são as principais rotas para quem sai do Jardim Botânico, São Sebastião e Jardins Mangueiral em direção ao Plano Piloto.
Também há poucas opções de transporte público. Na última semana, uma das três faixas da DF-001 passou a ser exclusiva para ônibus, tornando o trânsito das primeiras horas da manhã ainda mais complicado, segundo os moradores.
Mesmo assim, novos condomínios e comércios são instalados na região. O Aldeias do Cerrado, empreendimento da Terracap, terá um total de 15 quadras residenciais com mais de 4 mil unidades habitacionais. Outra grande obra é o Alto Mangueiral que contará com mais de 7 mil unidades, entre casas e apartamentos. Serão mais 23 mil pessoas morando na região.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, atualmente, há 19 novos condomínios aprovados entre Jardim Botânico, Tororó e Mangueiral. O presidente do Conselho de Segurança do Jardim Botânico, Livino Silva Neto, admite que o sistema viário não dá conta da população da região. “Ele não dá conta do que a gente tem hoje, e não dá conta do que virá. Então, a gente precisa de um sistema viário que comporte também um transporte coletivo para essa comunidade toda”.
Segundo o conselho de segurança do Jardim Botânico, a região também carece de mais equipamentos públicos. “Os mais adiantados são escolas que estão sendo entregues agora e uma UBS que nós temos. Falta um batalhão de polícia, falta um batalhão de bombeiros, falta um hospital”, diz Livino. Para o Conselho de Arquitetura do DF, é preciso uma atualização dos estudos de impactos ambientais e urbanísticos para a região.
Segundo a conselheira e coordenadora da Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU-DF, Ludmila Correia, ainda são necessários estudos ambientais e urbanísticos atualizados. “São vários os possíveis riscos. Então, primeiro, ambiental, porque a gente está falando de impacto na fauna e flora existentes, nos cursos d’água. Mas também a questão do esgoto, dos resíduos que são gerados pela ocupação humana, de forma natural. Pelo simples fato de ter ocupação já tem um impacto de resíduos. Mas também tem a questão urbanística. Então, a gente tem uma maior demanda de transporte, de educação, de equipamentos de saúde”, afirma Ludmila Correia.