Mistão do Flamengo tropeça no Vasco e vê liderança no Brasileirão se complicar

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Análise: pernas frescas tropeçam no (des)entrosamento, e Flamengo vê gordura na liderança ir embora

Mistão rubro-negro não entrega o que promete, empata com Vasco e deixa campeonato embolar

De prometeu muito e não entregou quase nada. A frase resume bem o que foi o mistão frio do Flamengo no empate em 1 a 1 com o Vasco, no último domingo no Maracanã (veja os melhores momentos no vídeo acima). A surpreendente escalação de “pernas frescas” tinha uma estratégia bem clara: pressionar a saidinha à la Diniz e explorar a bola longa em velocidade nas costas da defesa. Não funcionou uma coisa nem outra.

Filipe Luís justifica mudanças no Flamengo em empate: “Muitos jogadores não se recuperaram”

Sem seis titulares (Léo Pereira, Varela, De la Cruz na ausência de Jorginho, Arrascaeta, Samuel Lino e Pedro), o Flamengo tropeçou no entrosamento natural de um time com mais da metade reserva. Até dominou os primeiros 20 minutos, quando teve 57% de posse de bola, quatro finalizações contra nenhuma do Vasco e duas chances claras de gol, uma bem aproveitada por Carrascal. Mas a pressão na saída de bola, com Bruno Henrique de falso 9 e os rápidos Plata e Cebolinha abertos, não encaixou.

Cebolinha lamenta chance perdida em Flamengo x Vasco — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

Dez minutos depois, o Vasco já tinha igualado as quatro finalizações, as duas chances claras e até o placar, além de aumentar sua posse de bola de 43% para 47%. O primeiro tempo terminou equilibrado, sem mais nenhum chute a gol, mas com o rival nitidamente mais à vontade em campo, já que as pernas frescas rubro-negras àquela altura mais corriam atrás da bola do que jogavam com ela.

Veio o intervalo, e Filipe Luís teve a chance de corrigir o time. A concussão sofrida por Robert Renan ainda no primeiro tempo deu a chance de uma substituição a mais para cada lado. Ou seja, se o técnico rubro-negro quisesse, poderia ter colocado ao longo da etapa final os seis titulares que tinham sido poupados. Mas ele preferiu voltar com a mesma escalação que não estava funcionando.

A cavalaria só começou a entrar depois dos 10 minutos, com Samuel Lino aos 11 e Arrascaeta e Pedro aos 18. Bastou o trio titular em campo para o time melhorar e voltar a criar chances de gol. Luiz Araújo, que é como um 12º jogador dessa equipe, também entrou bem aos 31, e o Flamengo terminou o jogo mais perto da vitória, que não aconteceu por falta de capricho (e talvez de tempo).

Não dá para dizer que foi injusto o empate pelo que o Flamengo não jogou na maior parte do tempo. Mas o Rubro-Negro teve muito mais chances de sair vencedor, e até por isso as vaias de frustração de parte da torcida após a partida. Enquanto o Vasco só chegou duas vezes na etapa final, em cabeçada de Vegetti e no chute de Matheus França, ambos defendidos sem muito esforço de Rossi, o Flamengo teve cinco oportunidades claras.

O Flamengo ainda é líder com 51 pontos, mas Cruzeiro (com 50) e Palmeiras (com 49) tiraram a gordura que o time tinha na ponta. Além disso, nos pontos perdidos, que é o melhor critério quando o campeonato está desnivelado em número de jogos, o Alviverde assumiu a liderança com 17 pontos perdidos, um a menos que os 18 do Rubro-Negro. Mas o Fla continua dependendo só de si para ser campeão porque tem o confronto direto no Maracanã.

E não sejamos hipócritas. Vencer o Vasco em nada aliviaria no caso de eliminação na próxima quinta-feira. A torcida tanto exigiu prioridade igual para a Libertadores, e com razão diga-se de passagem, e a escalação do Filipe Luís foi nessa linha. Por mais que ele tenha dito que não pensou na quinta, é óbvio que influencia. Ou vocês acham que se a semana fosse livre, os jogadores poupados não teriam ido para o sacrifício no clássico? O foco da semana está no Estudiantes.

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