Motta diz respeitar a posição que o Senado terá em relação à PEC da Blindagem, mas que a ‘Câmara se sente no direito de defender o exercício parlamentar’
As manifestações, que ocorreram em todas a capitais, foram uma resposta à aprovação na Câmara da PEC que blinda parlamentares de processos e da urgência do projeto de lei da anistia.
Presidente da Câmara, Hugo Motta, participa de evento do mercado financeiro em São Paulo — Foto: Reprodução
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta segunda-feira (22) que respeita “a posição que o Senado vai ter com relação à PEC” da Blindagem, que foi aprovada pelos deputados, mas que a ‘Câmara se sente no direito de defender o exercício parlamentar’.
Enquanto presidente da Câmara, eu respeito, por exemplo, a posição que o Senado vai ter com relação à PEC. É um dever do Senado. O Senado acha que a PEC não é interessante, pode ir contra, arquive. Nós respeitamos. Agora a Câmara se sente no direito de defender o exercício parlamentar.
— Hugo Motta, presidente da Câmara
Motta deu a declaração em um evento do mercado financeiro um dia após os protestos pelo país contra a anistia e a PEC da Blindagem. Ele criticou ainda quem diz que a PEC vai blindar parlamentares que tiveram cometido o chamado crime comum. Segundo ele, sempre haverá a pressão das redes sociais, e a Câmara não irá “aliviar”.
“Quando é que hoje com as forças das redes sociais, a alta velocidade da informação, quando é que vamos ter um crime comum cometido por quem quer que seja que saia impune? Ainda mais por um parlamentar. É claro que a Câmara não vai aliviar para um parlamentar que cometa um crime comum seja ele qual for. O que nós estamos dizendo é que a liberdade para o livre exercício do mandato outorgado pelo povo, pelo voto popular, precisa estar protegido. É isso que nós votamos”, afirmou.
As manifestações, que aconteceram em todas a capitais, foram uma resposta à aprovação na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda parlamentares de processos e da urgência do projeto de lei da anistia.
“É chegado o momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara dos Deputados tenha tido, na semana passada, a semana mais difícil e mais desafiadora. Mas este presidente que vos fala.. nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão.
— Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados
Segundo ele, “o Brasil tem que olhar pra frente, tem que discutir aquilo que realmente importa, que é uma reforma administrativa, questão do imposto de renda, da segurança pública”.
Motta deu a declaração em um evento voltado ao mercado financeiro em São Paulo. Ao ser questionado sobre as manifestações de domingo, ele disse que, assim como os atos contra a anistia e as que aconteceram semanas atrás a favor da anistia “demonstram que a nossa democracia segue mais viva do que nunca”.
“Isso demonstra que a nossa população está nas ruas defendendo aquilo que acredito, e eu tenho um respeito muito grande pelas manifestações populares”, afirmou.
Ele ponderou ainda que, como presidente da Câmara, precisa agir com “cautela” e afirmou que, apesar de o país viver um “momento desafiador”, o Parlamento tem conseguido aprovar matérias importantes.