A menopausa, fase que atinge todas as mulheres em idade madura, ainda é cercada por tabus e desinformação. Nos últimos anos, o tema ganhou visibilidade após famosas como Fernanda Lima, Claudia Raia, Fátima Bernardes e Sandra Annenberg relatarem publicamente os impactos desse período em suas rotinas. Mas, segundo especialistas, embora os efeitos sejam inevitáveis, o sofrimento não precisa ser.
A ginecologista goiana Silvia Drumond Noleto (CRM 12039 | RQE 7039) participou, entre 28 e 31 de agosto, de um curso intensivo em São Paulo ministrado pela médica Sarina Occhipinti, referência em reposição hormonal e longevidade feminina. De volta a Goiânia, Silvia destacou o principal aprendizado: a preservação da massa muscular como fator determinante para um envelhecimento saudável.
“Precisamos envelhecer com músculo. Senão, a paciente terá osteoporose, quedas, fraturas e outros problemas”, afirma. Segundo ela, manter a composição corporal dentro de parâmetros adequados garante mais longevidade, melhora a saúde óssea e aumenta a eficácia dos hormônios, mesmo em doses menores. Nesse sentido, a prática de exercícios físicos, especialmente os de força, torna-se fundamental. “Não é ficar musculosa como algumas celebridades, o que exige treinos intensos. Mas sim conquistar autonomia de movimentos e qualidade de vida”, explica.
Outro ponto de atenção é o aumento da obesidade entre mulheres na menopausa, que levou Silvia a aprofundar estudos sobre a neuroobesogênese — condição relacionada a inflamações no hipotálamo, agravadas pela queda hormonal. “Faz o corpo gastar menos calorias, mesmo comendo menos. Se não desinflamar o hipotálamo, o emagrecimento não acontece”, alerta.
Entre as alternativas disponíveis, Silvia cita o uso do medicamento Monjaro (Tizepatida), que, aliado à reposição hormonal e à prática de exercícios, ajuda a controlar o peso e preservar a massa muscular. Ela reforça, no entanto, que o tratamento deve ser individualizado, com acompanhamento médico e opções adaptadas à realidade de cada paciente.
A especialista também defende uma abordagem integral, que vai além da prescrição. “É preciso conversar, entender a dor da paciente e o que aumenta o estresse, pois isso interfere diretamente no tratamento”, observa.
Cinco recomendações da médica para enfrentar a menopausa
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Coma bem: prefira uma dieta nutritiva e equilibrada.
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Mexa-se: pratique atividade física regularmente, com foco em exercícios de força.
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Mente sana: cuide da saúde mental, incluindo descanso, lazer e acompanhamento psicológico.
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Consulta em dia: mantenha acompanhamento médico especializado para monitorar sua evolução.
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Medicação correta: invista na reposição hormonal e em estratégias de emagrecimento seguras e sustentáveis.