River Plate eliminado da Libertadores: falta de renovação e insistência em medalhões.

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Análise: eliminação do River Plate passa por falta de renovação e insistência em medalhões

Equipe argentina cai nas quartas de final da Libertadores com duas derrotas para o Palmeiras

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Palmeiras 3 x 1 River Plate | Melhores momentos | Quartas de final | CONMEBOL Libertadores 2025

A segunda passagem de Marcelo Gallardo pelo River Plate tem muitas semelhanças com a primeira: estádios lotados, contratações de peso e até a titularidade dos mesmos jogadores. Um fator diferencia o River atual do de poucos anos atrás: as conquistas. Desde a derrota na final de 2019 para o Flamengo, a equipe argentina não conseguiu mais disputar uma decisão de Libertadores e caiu contra brasileiros em cinco edições na competição.

Nesta quarta-feira, o Palmeiras eliminou o River Plate da Libertadores com vitórias em Buenos Aires e São Paulo para avançar às semifinais. O ge analisa as dificuldades enfrentadas pela equipe de Marcelo Gallardo desde o retorno do treinador, marcado pela falta de renovação e uso de medalhões.

Dinheiro não é um problema para o River Plate. O time fez vendas significativas nos últimos anos: Enzo Fernández, Julián Álvarez e Franco Mastantuono, que renderam mais de 100 milhões de euros ao clube. A realidade financeira do futebol argentino é muito inferior aos altos valores no caixa do River.

Ainda assim, o River Plate não consegue ser o protagonista da Argentina. Com o maior estádio da América do Sul, centro de treinamentos reformado e estrutura de primeiro escalão, o River não entrega de acordo com o investimento.

A defesa de campeões mundiais deveria ser um dos grandes trunfos do River Plate. Armani, Acuña, Pezzella e Montiel, vencedores da Copa do Mundo de 2022 com a Argentina, ainda não mostraram o mesmo nível de antes. Contra o Palmeiras, Armani falhou no gol de Vitor Roque e Acuña foi expulso.

Na fase de grupos da Libertadores, passou em primeiro no Grupo B, mas teve a terceira pior defesa (7 gols sofridos) entre todos os classificados para o mata-mata, atrás somente de Cerro Porteño (11) e Internacional (8). Contra o Libertad, nas oitavas, avançou nos pênaltis após dois empates.

São problemas que já foram vistos anteriormente. Na Copa do Mundo de Clubes, o River Plate venceu o Urawa Red Diamonds, empatou com o Monterrey e perdeu para a Inter de Milão, quando foi eliminado. O ataque não marcou gols em duas partidas, enquanto a defesa sofreu quatro gols.

Para resolver o problema ofensivo, o River contratou o atacante Salas e o meia Quintero, ambos campeões com o Racing na Copa Sul-Americana de 2024. A movimentação no mercado mostrou o poder financeiro do River Plate na Argentina. São raros os casos de investimento pesado (8 milhões de euros) em um destaque de outra equipe, como foi a contratação de Salas.

O atacante, inclusive, foi o responsável por abrir o placar para o River nesta quarta-feira, justamente em um cruzamento de Quintero. O meia, talvez a peça mais criativa e fora do comum do time, foi substituído no segundo tempo já com o placar empatado em 1 a 1.

Sem Quintero, Gallardo optou por terminar o jogo com três atacantes: Salas, Colidio e Borja. O último teve a chance de colocar o River na frente do placar em uma oportunidade, mas optou por girar o corpo e fazer o pivô, quando perdeu a bola. Borja e Colidio não marcam desde julho.

No meio, o experiente Nacho Fernández teve atuação apagada: finalizou uma vez, errou 52,2% dos passes que tentou e pouco ajudou defensivamente. Aos 35 anos, o ex-Atlético-MG é um dos jogadores de confiança de Gallardo, assim como o volante Enzo Pérez, de 39 anos, que entrou no primeiro tempo no lugar de Portillo, lesionado.

Além dos meias, outros jogadores foram treinados por Gallardo na primeira passagem: Armani (38 anos), Casco (37 anos), Paulo Díaz (31 anos), Pity Martínez (31 anos) e Borja (32 anos). Rostos comuns, mas resultados diferentes para o treinador.

Outra peça-chave de Gallardo no meio é o volante colombiano Castaño, que teve uma chance clara de ampliar ainda no primeiro tempo, mas perdeu cara a cara com Weverton. Galoppo, ex-São Paulo, foi expulso nas oitavas contra o Libertad e não apareceu bem nesta quarta-feira.

A experiência em jogos decisivos ficou para trás logo no início do segundo tempo, quando Vitor Roque empatou o jogo. Acuña empurrou o atacante pouco depois e recebeu o primeiro amarelo. Perto do fim, foi expulso ao cometer pênalti convertido por Flaco López.

Esta é a tônica do River Plate dos últimos anos. Desde 2020, quando caiu na semifinal da Libertadores para o mesmo Palmeiras, o time chegou às semifinais somente uma vez e caiu quatro vezes para brasileiros em cinco oportunidades.

Gallardo comandou o River Plate na queda para o Atlético-MG nas quartas de final de 2021 e na eliminação para o Vélez Sarsfield nas oitavas de 2022, ano que deixou o clube. Ele retornou ao clube em 2024, quando caiu para o Galo na semifinal com derrota em Belo Horizonte e empate em Buenos Aires.

Foram somente duas vitórias no Monumental em jogos de mata-mata da Libertadores sob comando de Gallardo, contra Talleres e Colo-Colo em 2024. O time empatou com Atlético-MG e Libertad e perdeu para o Palmeiras. Fora de casa, venceu somente dois jogos no ano passado.

Eliminado da Libertadores, o River tem o Clausura do Campeonato Argentino e a Copa Argentina até o fim do ano. Gallardo não venceu títulos na segunda passagem, e Central Córdoba, Estudiantes, Platense e Vélez Sarsfield foram campeões nacionais.

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