Morre aos 77 anos Aurá, último sobrevivente de povo indígena no Maranhão: saiba mais

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Morre aos 77 anos Aurá, considerado último sobrevivente de povo indígena do
Maranhão

Aurá vivia isolado desde 2014 na Terra Indígena Alto Turiaçu e era acompanhado
por equipes da Funai e do Ministério da Saúde.

1 de 1 Aurá foi avistado pela primeira vez em 1987 ao lado de seu irmão Auré —
Foto: Divulgação/Funai

Aurá foi avistado pela primeira vez em 1987 ao lado de seu irmão Auré — Foto:
Divulgação/Funai

Aurá, considerado o último sobrevivente de um povo de etnia desconhecida que
vivia no Maranhão, morreu no sábado (20), aos 77 anos, em Zé Doca. Ele foi vítima de
insuficiência cardíaca e respiratória.

O falecimento foi comunicado nessa quarta-feira (24) pela Fundação Nacional dos
Povos Indígenas (Funai), que afirmou que sua morte marca o fim da trajetória de
resistência e isolamento de um povo possivelmente extinto.

Aurá foi avistado pela primeira vez em 1987, ao lado do irmão Auré. Ambos
pertenciam a um grupo que falava uma língua possivelmente ligada à família
Tupi-Guarani. Durante décadas, a Funai tentou aproximá-los de povos como
Parakanã, Assurini, Tembé e Awá-Guajá. Porém, os irmãos rejeitaram o convívio
social e preservaram sua língua e costumes.

Depois da morte do irmão, em 2014, Aurá passou a viver sozinho na aldeia Cocal,
na Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão. Nos últimos anos, recebia
atendimento do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Maranhão,
vinculado ao Ministério da Saúde, e apoio da Frente de Proteção Etnoambiental
Awá, unidade da Funai voltada à defesa de povos isolados e de recente contato.

“O falecimento de Aurá, assim como o recente falecimento do indígena Tanaru,
serve como um alerta para a urgência da implementação de políticas de proteção
territorial e cultural, reiterando a necessidade da sociedade de reconhecer a
importância dos indígenas como protagonistas do futuro de uma nação plural”,
afirmou o coordenador-geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato da
Funai, Marco Aurélio Milken Tosta.

Em nota, a Funai lamentou a morte e reafirmou o compromisso de proteger e
valorizar os povos indígenas, especialmente aqueles em isolamento voluntário ou
de recente contato.

VEJA TAMBÉM:

Neste mês, a Justiça Federal decidiu pela continuidade do processo de demarcação
de uma área tradicionalmente ocupada por indígenas da etnia Tenetehara-Guajajara
no município de Barra do Corda, 447 km ao sul de São Luís. Veja abaixo a
reportagem completa.

Justiça Federal determina continuidade da demarcação da Terra Indígena Vila Real

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