Araras ‘quase ameaçadas’ são salvas de traficante que venderia cada uma por R$ 150 no mercado ilegal de SP
Cerca de 130 filhotes estavam amontoados em caixas de papelão, sem água e ventilação. Homem preso em Iturama (MG) foi multado em mais de R$ 2 milhões pelo tráfico e maus-tratos.
Polícia Ambiental apreende mais de 100 aves silvestres em Iturama
Diário do Estado apreende mais de 100 aves silvestres em Iturama
O motorista preso em flagrante por tráfico interestadual de aves silvestres em Iturama, no Triângulo Mineiro, transportava ilegalmente 129 filhotes de araras-canindé e papagaios-verdadeiros. Segundo a Polícia Militar (PM), ele confessou que pretendia vender as aves por apenas R$ 150 cada na cidade de Guarulhos (SP). As duas espécies são classificadas como ‘quase ameaçadas’ de extinção.
Durante a abordagem no km 239 da rodovia, os policiais encontraram 105 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) e 24 araras-canindé (Ara ararauna) amontoados em caixas de papelão, sem água, comida ou ventilação. O motorista, identificado como Francisco Ribeiro dos Santos, de 38 anos, foi multado em mais de R$ 2 milhões por crimes ambientais.
Ele foi ouvido pela Polícia Civil, assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e liberado. O Diário do Estado não conseguiu contato com a defesa dele até a última atualização desta reportagem.
Segundo a PM, o veículo apreendido na fiscalização tinha placas de Itapecerica da Serra (SP). O suspeito afirmou que comprou os animais na zona rural de União de Minas (MG) e os levaria para o estado de São Paulo para comercialização ilegal.
Os filhotes foram encontrados amontoados em caixas de papelão, sem ventilação, sem água e alimento. Por esse motivo, o homem também foi autuado por maus-tratos.
Para a polícia, Ribeiro contou que comprou os animais na zona rural de União de Minas (MG) e os levava para o estado de São Paulo para serem comercializados.
Uma arara não resistiu e morreu durante o resgate das aves, que foram levadas ao Hospital Veterinário da Uniube, em Uberaba, para atendimento especializado. As demais foram avaliadas e estão em boas condições. Elas serão encaminhadas ao Instituto Estadual de Florestas (IEF), que mantém um centro de triagem de animais silvestres na região.
“O problema maior é que a maioria morre antes mesmo de chegar ao destino. Além de sofrerem o resto da vida presos, os que conseguem sobreviver, em sua maioria, acabam morrendo em razão da maneira como são transportados e acondicionados, antes mesmo de chegar a ser vendidos”, comentou o comandante do 7º Grupo da Polícia Militar de Meio Ambiente de Iturama, sargento Cleiton.
Ainda segundo a PM, as duas espécies estão classificadas como ‘quase ameaçadas’ no Livro Vermelho da Fauna Brasileira e são protegidas por acordos internacionais, como a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).
A reportagem procurou o IEF para mais informações sobre as aves resgatadas e aguarda retorno.