O processo contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética terá um novo rumo com a escolha do deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG) como relator. O presidente do órgão, Fabio Schiochet (União-SC), comunicou a decisão com base em uma lista tríplice sorteada no último dia 23. Freitas, que já fez campanha para Jair Bolsonaro em 2018 e 2022, além de criticar decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes, agora assume a função de relator no processo.
Em outubro de 2019, um vídeo mostra os deputados Eduardo Bolsonaro e Delegado Marcelo Freitas juntos, onde Freitas chama Eduardo de “amigo” e declara apoio à gestão de Bolsonaro. Com esse histórico de proximidade e alinhamento com o ex-presidente, caberá a Freitas avaliar se o processo contra Eduardo tem elementos para continuar ou deve ser arquivado.
Além de chamar Eduardo Bolsonaro de “amigo”, o relator também endossou críticas a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que proibiu o ex-presidente de usar redes sociais. Freitas considerou a medida um “absurdo” e se posicionou contra o que ele e seus aliados chamam de “ditadura do Poder Judiciário”. Essas declarações passadas podem influenciar sua atuação no Conselho de Ética.
O processo contra Eduardo Bolsonaro foi movido pelo PT, que pede a cassação do parlamentar por condutas incompatíveis com o mandato, acusando-o de agir em favor de sanções dos Estados Unidos para desestabilizar instituições republicanas no Brasil. Freitas terá até dez dias úteis para apresentar o parecer preliminar, que será votado pelos membros do órgão, decidindo assim se o processo deve seguir ou ser arquivado.
Marcelo Freitas, ex-delegado da Polícia Federal e atual presidente estadual do União Brasil em Minas Gerais, está em seu segundo mandato como deputado. Em 2019, ele foi relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, demonstrando sua atuação política alinhada com o governo Bolsonaro. Com toda essa bagagem, agora ele terá o desafio de conduzir de forma imparcial e técnica o processo contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética.