Nunca pensei que fosse acontecer comigo”, afirma mulher agredida pelo noivo
policial militar, no MA
Soldado Moab Gomes de Melo agrediu a mulher com socos e chutes e está preso. O casamento estava previsto para dezembro.
Policial agride mulher com soco e chute em Chapadinha, no Maranhão
A mulher que foi agredida com socos e chutes em Chapadinha gravou um vídeo e se pronunciou nas redes sociais sobre a violência que sofreu pelo próprio noivo, o soldado da PM Moab Gomes de Melo, no dia 20 de setembro.
A vítima, que não terá o nome divulgado, afirma que o casal estava com previsão de casamento para dezembro, mas que tinha pensado em remarcar a data. Ela disse ainda que nunca houve traição.
“Eu sei que deve ter muita gente maldosa dizendo ‘com certeza estava traindo ele’, ou algo parecido. Ainda que fosse, não seria justificável. […] Ele chegou na sexta-feira e estava tudo bem. Eu falei pra ele que era melhor a gente adiar o casamento, que seria em dezembro, porque a gente estava tendo alguns pequenos conflitos”, relatou.
A mulher afirmou ainda que nunca esperava que seria mais uma mulher vítima de violência, pois o casal não costumava brigar.
> “Eu nunca imaginei que ele pudesse fazer isso comigo, realmente eu só via nos noticiários e nunca pensei que fosse acontecer comigo, mas infelizmente aconteceu. Eu nunca vou esquecer, mas eu vou superar isso”, declarou.
Um vídeo que circula nas redes sociais flagrou o momento exato em que o policial militar Moab Gomes de Melo agrediu a mulher, em frente da casa onde o casal morava. As imagens mostram quando a vítima chega em casa em uma motocicleta e é recebida com xingamentos e agressões. O ‘Soldado Moab’, como é conhecido, tem 41 anos e agride a mulher com socos e chutes.
Após as agressões, a filha da vítima chega ao local e tenta consolar a mãe, que fica com ferimentos na boca e hematomas pelo corpo. A vítima procurou a delegacia local e registrou um boletim de ocorrência. Pouco tempo depois, Moab foi preso em flagrante pela Polícia Civil.
Apesar da prisão inicial, o PM foi solto após audiência de custódia. A decisão foi da juíza Muryelle Tavares Leite Gonçalves, que entendeu que, naquele momento, não havia necessidade de mantê-lo preso preventivamente. Segundo a magistrada, Moab tem residência fixa, trabalha legalmente, possui bons antecedentes e mora em outra cidade que não a da vítima. Ainda assim, ela reconheceu que há provas da agressão e indícios fortes de que ele seja o autor do crime.
Somente dias depois, com o avanço das investigações, a Delegacia Especial da Mulher de Imperatriz solicitou à Justiça a prisão preventiva do policial, que foi decretada e cumprida no dia 25 de setembro.
O policial atua no 3º Batalhão da PM em Buriticupu, mas mora em Imperatriz, onde foi localizado, preso, e levado à delegacia para prestar depoimento. Em seguida, foi encaminhado ao quartel da Polícia Militar na cidade, onde permanece preso.
A Polícia Civil segue investigando o caso, e a Polícia Militar informou que também vai apurar a conduta do soldado, que pode sofrer sanções disciplinares. À De, a defesa de Moab diz que as agressões representam um ‘caso isolado’.
“Tanto a defesa quanto o acusado repudiam atos ou declarações que perpetuem a cultura de agressão contra a mulher. O fato em questão foi um ato isolado na vida do acusado, e as medidas judiciais cabíveis já estão sendo tomadas. O autuado já se prontificou a auxiliar a vítima em todos os danos causados e está prestando todo auxílio que ela necessita através dos seus advogados”, afirmou a defesa do policial.