Pequi pode ajudar no tratamento de doenças nos rins e reduzir colesterol,
apontam estudos
Rico em antioxidantes e compostos bioativos, fruto típico do Cerrado chama
atenção de pesquisadores. Especialistas alertam que o consumo deve ser moderado
e não substitui tratamento médico.
Pequi é fruto nativo do Cerrado, em Goiás — Foto: Diomício DE/O
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O pequi, fruto típico do Cerrado, pode contribuir para a prevenção e manejo de
doenças renais crônicas e ainda ajudar na redução do colesterol ruim (LDL),
segundo estudos experimentais. A nutricionista Vivian Serra da Costa, do
Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), explica que os benefícios
estão ligados principalmente ao alto teor de antioxidantes e compostos
anti-inflamatórios presentes na polpa.
“Os estudos apontam que o pequi tem efeito nefroprotetor, ou seja, protege os
rins. Isso porque ele ajuda a reduzir inflamações, marcadores de estresse
oxidativo e até a proteinúria, que é a perda de proteína pela urina”, detalha
Vivian.
Segundo a especialista, o fruto também pode auxiliar no controle do colesterol.
Pesquisas mostraram melhora no perfil lipídico, com aumento do colesterol bom
(HDL) e redução do ruim (LDL). “Isso tem relação direta com a presença de ácidos
graxos e antioxidantes, que ajudam a equilibrar as taxas no organismo”,
complementa.
O pequi é rico em ácidos graxos monoinsaturados, como o ômega-9, além de conter
vitamina A (na forma de β-caroteno), vitaminas do complexo B, vitamina E e
minerais como cálcio, fósforo, potássio e magnésio. Também possui fibras e
compostos fenólicos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
“Apesar dos benefícios, precisamos lembrar que os estudos clínicos ainda são
limitados. O pequi não é remédio, é um alimento que pode somar dentro de um
estilo de vida saudável”, alerta Vivian.
Essas características fazem do fruto um aliado potencial na prevenção de doenças
ligadas ao estresse oxidativo e inflamação crônica, como a doença renal crônica
(DRC) e problemas cardiovasculares.
Pequi com casca em pequizeiro, em Goiás — Foto: Diomício DE/O Popular
De acordo com Vivian Serra, o preparo influencia na preservação dos nutrientes.
O cozimento leve e o uso do óleo de pequi prensado a frio, em saladas ou
finalização de pratos, ajudam a manter antioxidantes e vitaminas. Já frituras
prolongadas devem ser evitadas, pois degradam compostos bioativos.
O consumo seguro deve ser moderado: uma ou duas colheres de chá de óleo por dia,
ou o fruto em receitas tradicionais, como arroz com pequi ou caldo. Em excesso,
o pequi pode provocar desconfortos gastrointestinais e contribuir para aumento
de peso, já que é altamente calórico.
Por ser rico em potássio, o pequi pode ser contraindicado em estágios avançados
da doença renal crônica, quando há risco de hipercalemia (excesso de potássio no
sangue). Pessoas com problemas hepáticos, colesterol alto, gestantes ou quem faz
uso crônico de medicamentos devem consumir o fruto com acompanhamento
profissional.
“Mesmo com boas propriedades, nenhum alimento deve ser exclusivo na dieta. A
variedade alimentar é essencial para manter o equilíbrio nutricional”, reforça a
nutricionista.