Apresentadores que chamaram jornalista de ‘sapatãozinha’ são denunciados por
homofobia
Ministério Público pediu a suspensão de redes sociais da dupla por seis meses.
Apresentadores de podcast que chamaram jornalista de ‘sapatãozinha’ são
denunciados por homofobia
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou dois apresentadores de
um podcast de Juazeiro do Norte por crime de homofobia. A ação tem como vítima
uma jornalista da região, que foi alvo de expressões discriminatórias durante um
episódio do programa veiculado no dia 1º de setembro.
De acordo com a denúncia, feita sexta-feira (26), os dois homens proferiram
injúrias de cunho homofóbico contra a profissional. Em determinado momento, a
jornalista foi chamada de “sapatãozinha”.
Além disso, o MP apurou que os acusados teriam insinuado, sem apresentar provas,
que a jornalista estaria recebendo dinheiro de políticos em troca de matérias
favoráveis.
De tentou contato com a defesa dos
apresentadores do podcast, João Paulo Ramos e o ex-vereador Janu, mas não obteve
resposta.
PEDIDO DE SUSPENSÃO DE REDES SOCIAIS
O MPCE requereu uma série de medidas contra os denunciados. Entre elas, está a
suspensão por seis meses das contas do “Na Lata” no Instagram e no YouTube,
plataformas onde o conteúdo é hospedado. A promotoria também pede que os
apresentadores paguem uma indenização por danos morais no valor de 20
salários-mínimos à vítima, além de mais dez salários-mínimos por danos à
coletividade, em virtude do caráter público da ofensa.
Para proteger a jornalista, o Ministério Público solicitou à Justiça que os
acusados sejam proibidos de entrar em contato com ela e obrigados a manter uma
distância mínima de 300 metros.
Em trecho da denúncia, o MP destacou a gravidade do crime por ter sido cometido
em um programa de amplo alcance nas redes sociais. “Destaque-se, ainda, que o
emprego das injúrias homofóbicas ocorreram em programa transmitido em redes
sociais de ampla repercussão, o que amplifica a gravidade da ofensa, pois
expuseram à vítima ao escárnio público e reforçou práticas discriminatórias que
alcançou um número indeterminado de usuários no Instagram”, afirmou.